domingo, 24 de outubro de 2021

Sobre parir de novo, se reinventar... e se redescobrir.

Não sei quanto tempo eu levarei para terminar de escrever esse post. Começo no dia 21 de março de 2019, aniversário de 1 ano do Caetano, meu segundo filho.

Não é a toa que esse blog está parado há tanto tempo. A Julia que o iniciou não existe mais. Ou melhor, existe e não existe. Mas o que me fez um dia ser uma pessoa ligada em redes sociais se transformou drasticamente.

Não que não exista vontade de escrever, compartilhar muitas coisas. A cada receita muito legal que descubro, a cada bom insight que poderia ajudar os outros. A vontade vem. Várias vezes tiro fotos dos pratos que fiz pensando na receita escrita já. Mas eu pisco e 2, 3, 10 dias se passaram. Dias de vivência intensa da vida real. Com dois filhos. E essa minha presença no dia-a-dia dessas duas crianças lindas que não tem a mínima ideia do que é esse mundo virtual, redes sociais ou a Momo, ah, ela não tem preço.

Escrevo agora enquanto os dois pequenos dormem e eu olho o aniversariante pela babá eletrônica. Acordei hoje muito emocionada pensando nesse ano que passou e quero muito registrar aqui como ele começou. Que esse relato possa ajudar outras mulheres assim como o relato do parto da Alice o fez.

Quando a gente engravida do segundo filho tem a ilusão de que não haverá mais tantas surpresas na gravidez, parto e puerpério. É claro que eu sabia que a existência da Alice por si só ja traria um desafio a mais. Mas nunca, em nenhum sonho, eu imaginaria o quanto muda tudo a cada vez.

A Alice havia nascido de parto natural domiciliar, e depois dela eu me especializei em Yoga para gestantes, o que me fez supor que eu entendia muito do assunto. Ha. Ha. Ha. Caetano chegou para me ensinar a ser mais humilde e mais aberta ao novo e ao desconhecido, por mais conhecido que a gente julgue que ele é.

Logo no início da gestação do Caê comecei a perceber que seria diferente, Eu me sentia muito
Minha última foto com Caê na barriga, voltando de uma aula

diferente. Eu amamentava a Alice ainda, e todo o tempo que eu tinha fora do trabalho era focado nela. Na primeira gravidez a gente curte cada parte. Cada transformação. Na segunda a gente nem vê o tempo passar! Alice começou a brigar muito com o peito, pois meu leite havia diminuído, e tomei a decisão de fazer o desmame da forma mais gentil possivel. Alice desmamou quando eu estava grávida de 4 meses, em outubro de 2017. Apesar de já não ser mais prazeroso amamenta-la (na gravidez o corpo rejeita a amamentação e incomoda e dói bastante), na noite da última mamada eu chorei. Por sentir que nossa relação mudaria. Por perceber que minha pequena estava crescendo. Tinha que crescer, para poder dar lugar ao irmão que vinha.

A gestação continuou. Dessa vez eu já sabia de inicio que Caê nasceria em casa, e eu e meu companheiro fizemos uma pequena poupança para as despesas do parto e puerpério. Eu já tinha a minha equipe, no início sem doula (Anna querida mudou pra Campinas). Lembrei que minha hemoglobina havia caído na gestação da Alice. Comecei a fazer uma alimentação viva, com germinados e muito suco verde para maximizar a absorção de nutrientes. Só que a hemoglobina caiu mais ainda (depois descobri que germinados podem atrapalhar a assimilação do ferro)!!! As parteiras me alertaram que não poderiam fazer meu parto domiciliar se eu estivesse anêmica. Desesperei. Percebi que não estava psicologicamente preparada para um parto hospitalar. Precisei de muita meditação e mergulho em mim mesma para aceitar melhor essa possibilidade. Mas eu não queria. Tomei ferro na veia por 4 semanas e enfim fui liberada para parir em casa.

Com umas 30 semanas Caê ainda não estava cefálico. Comecei a fazer as técnicas de Yoga para bebê pélvico. A super Bruna Rosa, doula que cruzou meu caminho na hora certa, me ajudou a virá-lo com sessões de massagem. Com 34 semanas.

Eu e meu parceiro começamos a planejar o parto. Agora a Alice era parte da equação. Será que ela estaria presente? Nós queríamos, mas não tínhamos certeza se na prática seria bom. Como ela lidaria com a minha dor? Com o meu descontrole? Conversamos muito com ela, preparando-a, e, ao mesmo tempo, fizemos uma lista de pessoas próximas que poderiam ficar com ela durante o parto. Ha. Ha. Ha. Se tivéssemos alguma idéia de como seria...

Dessa vez compramos a banheira inflável. Dessa vez escrevemos cartinhas para colocar debaixo da porta de cada um dos apartamentos vizinhos. Fiz a playlist do parto no spotify... além de tudo o que havíamos feito no parto da Aliçoca: planos de parto A e B, velas, incensos, todo o kit de PD.


A hora estava chegando. Minha barriga trasbordava ainda mais do que na primeira vez. Minha mãe achava minha barriga baixa... com 37 semanas já estávamos na expectativa de que eu entrasse em TP a qualquer instante. Mas não entrava. Algumas amiga que tiveram dois filhos me disseram que o segundo geralmente segue os passos do mais velho. Comecei a sentir que havia um grande relógio invisível ticando e me dizendo que eu tinha pouco tempo para fazer tudo o que eu queria antes do Caê chegar. Antes de eu sumir do mundo por uns tempos mais uma vez. Visitar amigas que tiveram bebê. Sair com o meu marido sem filhos por uma ultima fez  em tempos. Terminar os últimos detalhes da arrumação da casa. Fiz listas e as segui. Com 39 semanas tudo parecia estar em cima. Eu quase nem tinha contrações, mesmo as de treinamento me pareciam fracas comparando com oq eu tive na primeira gestação (como é impossível não comparar tudo, não?).

De repente percebi que meu tampão estava saindo. Opa! Bom, poderia ainda demorar segundo a equipe, mas significava que meu colo estava abrindo... e o tampão não parava de sair! Dias e mais dias com a calcinha lambuzada...

Na data prevista do parto minha cunhada casou em Arujá. Eu não iria, mas meu marido ficou na dúvida. De repente, algumas  contrações um pouco mais fortes vieram. Ah, não amor, melhor você ficar. Mas Caê ainda não queria vir... Mais alguns dias com calcinha lambuzada de tampão. Com 40+2 me perguntei: o que falta? Vasculhei minha mente. A única coisa que eu não tinha conseguido fazer não parecia tão importante... rever O Renascimento do Parto. Era algo que eu queria fazer para relembrar tudo o que é mais valioso nesse momento, mas eu tinha conseguido o documentário em um formato que meu computador não conseguia ler...

Continuei trabalhando, minha alunas gestantes se surpreendendo na minha volta a cada aula. Com 40+3 fui e voltei de ônibus do núcleo de Yoga onde eu lecionava. Eu me sentia ótima, fora a chatice do tampão e poucas contrações esparsas e desrritimadas que nem eram tão fortes. Lembro de, naquela noite de terça feira, dia 20 de março de 2018, enquanto eu caminhava para casa do ponto de ônibus, pensar que talvez seria a ultima vez com Caê dentro de mim.

Cheguei em casa e meu marido tinha conseguido o programa que rodava O Renascimento do Parto! Assistimos. Me emocionei. Revivi esse universo. Pronto. Agora minha lista estava zerada. O engraçado foi que nesse momento, eu nem mais ansiosa estava. Ele virá na hora dele. Fomos dormir.

Acordei umas 4h30 (nunca saberei o horário exato pois não tava ligada no relógio) com uma cólica absurda. Diarréia. A cólica era muito forte, a mais forte que já havia sentido. Eu tremia de dor. fiquei em silencio sentada no vaso deixando tudo aquilo sair de mim... de repente Alice acorda. Ela, que há tempos dormia a noite toda, tinha voltado a acordar nas ultimas noites. Meu marido acorda com o chamado dela. Resolvo chama-lo no banheiro. Eu não me aguentava de dor.

Será que é trabalho de parto? Mas eu não sentia contrações. Só a dor no quadril que me rompia. E não tinha pausa... era uma coisa contínua. O Jack resolveu ligar para a Bruna, doula. Eu fui para o chuveiro ver se a água quente ajudava meu quadril a não explodir. Não adiantava. Me enrrolo em uma toalha enquanto meu marido me informa que a Bruna estava com Giardíase e não poderia vir. Perguntou se eu queria outra doula. Alguém que eu não conheço agora? Não. Jack, você vai ser meu "doulo".

Alice fica um pouco assustada em me ver daquele jeito. Chamo ela, abraço. Explico que está tudo bem. Jack se divide em esquentarbolsadeáguaquenteacalmaraAliceligarparaasparteiras. Elas perguntam sobre as contrações. Não tem pausa na dor! Não sinto não, Maíra! Jack coloca a mão na minha barriga. Está com contração sim, Júlia. Eu só sinto DOR. Caio no chão. Mordo a perna do Jack.

Ok, as parteiras estão vindo. Jack vez uma tapioca para a Alice. Ela quer ficar do meu lado, me ajudar... resolve me dar um elástico para prender o cabelo. Nesse momento eu não estou mais conseguindo lidar. Peço para ela se afastar. Ela chora. Jack vai colocar um filme no computador para ela e eu vou pra nossa cama tentar achar uma posição menos pior... não tem. Sentada, agachada, de quatro. Não tem posição que alivie. Ouço ao longe o Jack enchendo a banheira. Será essa a solução? Não dá tempo.

Caio no chão urrando de quatro. Jack vem correndo. Será que tem MAIS diarréia? É o que parece... Jack só me fala pra soltar tudo. Não, era a bolsa estourando com mecônio. Na descida do Caê pelo canal. Alguma coisa que pareceu com o parto da Alice. Eu aviso pro Jack que vai nascer. Ele não acredita. Já? Sim, já está coroando... não vai dar pra esperar as parteiras chegarem. Me apoio no anteparo ao lado da nossa cama. A cabeça sai no primeiro puxo. Caê tosse, ainda com o corpinho dentro de mim. Jack se prepara. Mais um puxo e segura nosso filho nas mãos para que eu possa desgrudar as minhas do anteparo e o segure com delicadeza para que o pai desenrole seu largo colar de 2 voltas feito no pescoço pelo cordão. Peço toalhas para aquecê-lo. Jack me ajuda a nos acomodar na cama e como um raio limpa todo o chão enlameado de mecônio. Liga para uma das parteiras. Nasceu! Uma delas, a Bianca, já está estacionando o carro. Chega ao nosso apartamento cerca de 5 minutos depois do nascimento, para me auxiliar no parto da placenta.

Estou amamentando o pequeno quando a cólica volta. Mas a placenta demora um pouquinho a dequitar. Ela sai enfim, mas ainda sinto dor. O sangue não para de sair... Caetano já está do lado de fora, mas ainda não terminou.


Um mar de sangue... hemorragia. Que bom que a Bianca está aqui! Essa foi realmente a hora certa dela
chegar. Ela me aplica oxitoxína IM na perna. Arde. Mas o sangue continua. Oxitoxína IV. Fico triste. Um parto tão natural e agora tudo isso! Mas é necessário. Ainda tenho bastante cólica e o rio vermelho não seca. Vamos para o Ergotrate. Que dor HORRIVEL!!!

Enfim a hemorragia para. Foram intervenções imprescindíveis mesmo e me senti grata de ter comigo profissionais tão preparadas e sérias... confiança e segurança totais. Bianca e Maíra (que chegou em algum momento que eu mal lembro) discutem a gravidade da minha hemorragia. Eu perdi mais de 1 litro de sangue. Me sinto fraca. Falo para elas que tenho Noripurum IV (ferro) na minha geladeira . Elas gostam da ideia e me colocam no soro com Noripurum.
Amamentando e recebendo ferro na veia

Estou cansada. Jack me fala que estou muito branca. Mas estou feliz. Nosso filhinho está ótimo! Saiu de mim como um raio ariano, mas agora é a imagem da serenidade. As parteiras me informam que eu não precisarei ir para o hospital. Agora é descansar e me alimentar. Tomo "suco de placenta", como castanhas.... ja estou na minha cama. Como é bom parir em casa!

E foi assim. Sem tempo de encher banheira, ligar playlist ou ascender velas. Caetano quis sair mais rapido do que tudo isso. Antes mesmo das parteiras chegarem. E veio ótimo, perfeito. Elas foram fundamentais para me auxiliar com a hemorragia, mas quem pariu fui EU. Quem segurou foi o pai.

Papai e írmã com o pequeno enquanto mamãe se lava. 
Passei os 4 dias seguintes com contrações fortíssimas e muito dolorosas a cada mamada do Caê, expulsando os coágulos formados pela minha placenta. Pode-se dizer que o Caetano nasceu em 2 horas de parto ativo. Mas meu trabalho de parto durou 4 dias! Bianca e Maíra me explicaram eu tive "atonia uterina", ou seja, a força que meu útero fez durante o parto foi tão grande, em um espaço tão curto de tempo, que me útero ficou exausto e não conseguia mais contrair depois que o pequeno saiu. Por isso a placenta demorou a dequitar, formou coágulos e eu tive uma hemorragia forte. Não desejo essa experiência para ninguém, mas ao mesmo tempo... não mudaria nada.

Caetano desde então vem nos surpreendendo a cada dia, como um doce furacãozinho que ele é.

Consigo terminar esse relato mais de 2 anos depois de inicia-lo. Isso é maternindade real, com a adição de uma pandemia no meio do caminho!

Mas não quis deixar de terminar, para nunca esquecer desse momento e, quem sabe, ajudar outras mães... parto natural e domiciliar é possível SIM! Nunca é o que a gente planejou, mas pode ser lindo, cada um a sua maneira.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Iogurte maravilhoso de coco verde

Olá a todos! Faz muuuito tempo que não me comunico por aqui e tenho sentido muita falta.

Estou no momento focando mais a minha divulgação pelo canal do YouTube, mas não quero deixar de forma alguma o blog e os posts, que acabam tendo uma "pegada" muito diferente dos vídeos, e onde eu criei um espaço mais íntimo e pessoal.

Nessa minha segunda gravidez tenho sentido a necessidade cada vez maior de me nutrir bem e ando me aventurando pela cozinha viva. Confesso que eu tinha um certo preconceito com o crudivorismo e penso que talvez eu nunca seja uma radical que não cozinhe nenhum alimento - afinal, se alimentar é um ato também afetivo, e uma comida quentinha as vezes é oq nosso purusha precisa - mas descobri que a comida crua pode ser deliciosa, além de me trazer um nível de vitalidade equiparável à minha pequena wonderful two :-)

Estou já com várias receitas e dicas aguardando que a vida louca me de tempo para postar aqui. E enfim consigo desengavetar a primeira!

Esse iogurte de coco verde é de longe o melhor que comi desde que abandonei os laticinios de origem animal e muito, mas muuuito fácil de fazer! Só que leva tempo.

Esse meu mergulho na cozinha viva também me trouxe essa lição: uma relação mais saudável com
os alimentos não pode ser feita na pressa. Esse tempo que o mundo de hoje não quer admitir é essencial para dar vida aos grãos e cereais. Tenho aproveitado essas esperas para incrementar minhas meditações. Tem sido muito gostoso!

Ingredientes:

- Polpa de pelo menos 2 cocos verdes (quanto mais carnudo ele estiver melhor)
- Rejuvelac*

Modo de preparo:

- Coloque a polpa dos cocos no liquidificador, tomando cuidado para tirar a parte marrom. Não recomendo que se faça com menos do que 2 cocos (se tiver pouca polpa use pelo menos 3), pois vai espirrar tudo e o liquidificador vai ter dificuldade para bater. Acrescente rejuvelac suficiente para conseguir bater. Quanto mais rejuvelac, mais líquido vai fica, então se vc quiser um iogurte tipo grego coloque o mínimo. Na hora de bater talvez vc tenha que parar e mexer algumas vezes, dependendo da potencia do seu liquidificador. Bata até virar um creme uniforme.

- Despeje o creme em um pote de vidro, tomando o cuidado para não enche-lo demais, pois durante o processo de fermentação o iogurte vai ganhar volume. Cubra com um pano limpo ou voil e deixe em local escuro, em temperatura ambiente, por 24h.

- Está pronto! Guarde em geladeira por até 2 dias (cuidado, pois ele continua fermentando mesmo na geladeira, então vai ficar cada vez mais ácido). Consuma da mesma forma que faz com o iogurte comum. Ficou divino com melado de cana, mirtilos e granola :-P


*Rejuvelac é um probiótico natural e caseiro, super fácil de fazer e completamente vegano. Ele é mega saudável e pode ser tomado puro, com frutas e sucos ou também pode ser usado para fermentar iogurtes, queijos e pães. Saiba mais no site Doce Limão e pegue a receita que eu segui no lindo Blog da Veganana.

Bom apetite!

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Sobre presentes, consumismo e a construção de uma relação com a criança


Chega enfim o aniversário de 2 aninhos da nossa filhota. O primeiro aniversário onde ela entende todos os símbolos que esta data traz.

Bolo, parabéns, dia especial, montanhas de presentes. Tudo muito estimulado socialmente e naturalizado. Qual é o problema disso?

Estamos tentando criar a Alice de uma forma um pouco diferente do senso comum, nos baseando nos valores que queremos passar para ela e que vão bastante contra a corrente para a maioria das pessoas.

Doces não são tratados como recompensa ou o maior prêmio que se pode ganhar. Na verdade a Alice nunca comeu açúcar. Já comeu bolo sim (e veja bem, não temos nada contra bolo!) – só que sem leite (ela já toma o da mamãe dela e preferimos deixar o da vaca para o bezerro) e sem açúcar (adoçado com frutas). Ela ama. Não é algo de todos os dias, é especial e ela sente isso. Ela não sente a falta do açúcar porque nunca provou. Para que a formação do paladar da nossa pequena gourmet continue indo bem como está pedimos para que você sempre pergunte para os pais antes de oferecer um alimento (não somente para a Alice, para qualquer bebê – você não sabe se ele tem alguma alergia ou intolerância).

O dia dela é especial! Sim! E é uma delícia receber parabéns e o abraço apertado de quem amamos!

Mas para fazer desse dia único NÃO precisamos de uma enxurrada de presentes que nem cabem no quarto dela e que muitas vezes gerarão mais frenesi pela quantidade do que o que eles são. Esse costume nos insere por definitivo na lógica do consumismo, onde nos tornamos seres insaciáveis e muitas vezes descontamos nossas carências e frustrações adquirindo mais e mais itens supérfulos – lógica da qual queremos preservar nossa pequena o máximo possível. Sabemos que esse é o costume da nossa cultura: presentear para mostrar o carinho, amor e consideração. Consideramos todas essas demonstrações ricas e preciosas, por isso elaboramos algumas sugestões para você que quer presentear a Alice:
  1.   Dê a sua presença: ela é o melhor presente! Faça uma visita. Passe a tarde brincando com a Alice. Pense em um passeio gostoso (se a Alice não tem ainda uma relação de confiança com você ou você não se sente seguro em ficar sozinho com ela o papai ou a mamãe podem ir junto dar um suporte); um parque, um teatro, uma visita à um santuário de animais (preferimos estes, que cuidam de animais resgatados, do que os zoológicos)... as opções são do tamanho da sua criatividade. Para a Alice estar com você será muito mais significativo para edificar um laço de carinho do que ganhar uma barbie.
  2.  Se você quer dar um objeto físico, escolha de preferência algo seu ou de seu filho, que traz toda a sua história junto. Além de ser uma atitude sustentável, é muito mais divertido! A boneca preferida da Alice é a Catita, que tem mais de 60 anos de idade e foi da vovó dela quando era bebê.
  3.  Se mesmo assim para você for importante comprar algo novo para a Alice, pedimos que sejam roupas (ela veste 3 anos e calça 22 – pedimos para que você saia um pouco do rosa... a cor preferida dela é amarelo), livros (ela já consegue acompanhar histórias e tem uma pequena biblioteca, mas pedimos que não sejam de princesas, pois queremos criar uma mulher forte e independente e não uma donzela frágil que precisa ser resgatada) ou brinquedos de madeira – em especial instrumentos musicais. Enfim, presentes menos esteriotipados e estigmatizantes ;-)

Espero que você não nos leve a mal. Podemos parecer chatos, mas pense que estamos fazendo de tudo para criar uma futura cidadã que tenha os melhores modelos possíveis. E esses são os nossos valores. Respeitamos se não forem iguais aos seus. Só pedimos que também nos respeite.

Um abraço


Júlia e Jack

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Aulão aberto de final de ano no Parque Vila Lobos

Atenção alunos, ex-alunos, interessados e curiosos:

Na última semana deste ano teremos uma super aula aberta para todos que quiserem conhecer o meu
trabalho ou matar as saudades <3

Estarão presentes alunas de Baby Yoga e seus bebês, então haverão algumas posições adaptadas para fazer com seus filhotes! Mas não só: será uma prática bastante energética que contemple a todos que querem praticar Yoga e recarregar suas baterias!

A aula ocorrerá no Parque Vila Lobos, dia 26 de dezembro de 2016 (seguda-feira) - às 15h. Essa data e horário estão sujeitos a alterações caso o tempo não colabore conosco, então fique ligad@ na página do facebook para informações sempre atualizadas ou entre em contato diretamente comigo pelo whatsapp (11) 99728-4666. Estamos programados para nos encontrar na entrada principal do parque às 14h30, ao lado da locação de bicicletas.

Vamos terminar 2016 com as melhores energias, preparados para o ano que chega!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Novas turmas e uma nova parceria especial!

Alô, alô mulheres que querem se empoderar na gravidez e se redescobrir no pós-parto!

turma Yoga para gestantes
Hoje tivemos a primeira aula de Baby Yoga na Lumos, um espaço para lá de especial que receberá as práticas para recém-mães e para gestantes. A aula foi muito legal e abriu as inaugurações de atividades nesse espaço tão lindo criado para as famílias pela queridíssima Vânia Gato Medeiros. E nessa quinta-feira, 13 de outubro às 18h, teremos uma aula aberta de Yoga para gestantes! Para quem quiser participar entre em contato com a Lumos pelos telefones: 3862-5327 ou 96695-8667. Apenas 8 vagas! A partir da semana que vem iniciaremos as turmas regulares :-)

No meu último post falei um pouco sobre o meu caminho para chegar nessas aulas. Aqui quero contar um pouco para vocês do conteúdo destas práticas tão especiais:

Yoga para gestantes:

Curso focado no bem-estar da mulher gestante, visando equilibrar corpo, mente e emocional nesta fase única que é a gravidez. Aplica-se o trabalho de autoconhecimento do Yoga a todos os momentos da gestação (a prática pode ser feita desde o primeiro trimestre até o parto). Entre seus inúmeros benefícios, encontramos:
  • A melhora e manutenção da saúde física da mulher. Trabalha-se o equilíbrio e bem-estar da coluna vertebral auxiliando a adaptação ao novo eixo de gravidade; melhora a circulação sanguínea e lifática; melhora a respiração, trazendo mais oxigenação para o bebê; alivia prisão de ventre e gases; alonga e fortalece a musculatura.
  •  O empoderamento sobre o corpo e as emoções. Trabalha o autoconhecimento, trazendo mais confiança e serenidade; ajuda no equilíbrio hormonal – trazendo mais equilíbrio emocional; reduz o estresse e diminui a ansiedade; aumenta a conexão da mulher consigo mesma e com o bebê.
  • A preparação para o parto.  Fortalece o assoalho pélvico e o períneo; desenvolve consciência corporal; as vocalizações (mantras) auxiliam o relaxamento da mandíbula – auxílio da dilatação; proporciona a melhor respiração para o parto.

As aulas são realizadas em grupos e englobam técnicas respiratórias (pránáyámas), corporais (ásanas), vocalizações (mantras), de mentalização, meditação e relaxamento. Cada praticante possui uma sequência de técnicas personalizada de acordo com o seu momento da gestação e outras características pessoais, motivo pelo qual é necessária uma consulta prévia para conversa e levantamento das suas necessidades particulares. Com a duração de 1h30, há espaço também para se tirar dúvidas e trocar com as colegas. Os maridos são bem-vindos para compartilhar deste momento com a futura mãe.

Baby Yoga

Após o parto há dois nascimentos: o do bebê e o da mãe. Muitas vezes esquecemos que a nova mãe precisa ressignificar toda a sua vida após ter seu filho: re-conhecendo um novo corpo, uma nova rotina e novas responsabilidades. O período do puerpério é assim marcado por emoções à flor-da-pele, oscilações, dúvidas, medo e solidão.

O Baby Yoga é uma adaptação da filosofia milenar indiana para que as novas mães possam retornar às atividades físicas e sociais durante esse período tão especial sem precisarem se separar de seus bebês! Estes acompanham as aulas, interagindo e usufruindo junto com estas dos incontáveis benefícios da prática.

Dentre eles, destacamos:
  • A recuperação física e emocional do parto; ajudando a percepção do novo corpo, fortalecendo o períneo no pós-parto; auxiliando o retorno da musculatura abdominal; reduzindo a ansiedade e possível Depressão Pós Parto.
  •  O aumento do vínculo mãe-bebê; ajudando a extravasar e eliminar conflitos, melhorando a sensação de domínio, trazendo relaxamento e melhorando o sono de ambos.
  • O trabalho de autoconhecimento desta mãe recém-nascida; melhorando a autoestima e trazendo consciência e equilíbrio físico, emocional e mental para esta nova fase.
As praticas em grupo ainda privilegiam a troca e a interação entre as mães! As aulas abordam técnicas respiratórias (pránáyámas), corporais (ásanas), de mentalização e relaxamento. Com a duração de 1h, é recomendado o início a partir de 30 dias depois do parto (no caso de cesárea o tempo pode ser maior), podendo se estender até onde o bebê queira (geralmente após começar a engatinhar o bebê prefere “explorar o espaço” ao invés de interagir apenas no colo da mãe). 

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Yoga pra quê? E para quem?

Pode fazer Yoga só para emagrecer?

E para relaxar?

Velhinhos podem fazer Yoga?

E grávidas?

Há poucos anos atrás,  eu responderia as perguntas acima com muitas negativas e restrições. Isso porque na escola onde comecei a estudar essa filosofia há uma visão bastante purista da prática, considerando qualquer pessoa que queira usufruir de seus benefícios sem contemplar de todo o universo que o Yoga abarca um não merecedor.

Como já falei em outro post, quando engravidei mudei profundamente a minha relação com tudo, inclusive com a minha filosofia de vida. Confesso que inicialmente resisti à mudança de paradigma, por puro condicionamento (falo mais dessa questão aqui). E assim, apesar de ter sentido na pele a diferença brutal que a consciência que o Yoga me deu trouxe para a minha gestação e parto (falo dele aqui), quando milha filhota nasceu eu recusei inúmeros pedidos de mães amigas para criar um grupo de Baby Yoga. Na minha cabeça fazer uma adaptação da prática para mães e bebês era a coisa mais esdrúxula do mundo.

Só que não. Demorou, mas comecei a poder ouvir outras pessoas e também a fazer um auto-estudo: o momento do puerpério é até hoje a fase de maior transformação pela qual eu passei na minha vida. Um momento de emoções à flor-da-pele. Um novo corpo para ser re-conhecido. Uma nova vida, agora acompanhada de um novo ser.

Yoga é uma filosofia de autoconhecimento. Uma forma de enxergar o mundo que abrange todos os aspectos da vida humana: físico, emocional, energético, mental, intuicional, valores, cultura, condicionamentos... a prática toca em tudo isso e mais. Por que não abraçar as puérperas, essas mulheres em (re)construção, com essa possibilidade de ser, sentir e estar tão plena que é o Yoga?

Ok, há adaptações na prática para que o bebê possa participar deste momento. E daí? Qual é o problema? Cada vez mais vejo o quanto podemos aprender mais e melhor quando abrimos a nossa cabeça para mais informação e consciência.

Em breve anunciarei na minha página do face uma nova turma para gestantes e outra de Baby Yoga, em parceria com um espaço lindo de viver que será inaugurado (tchantchantchantchan...). Fique ligado! Se quiser sempre as informações atualizadas curte lá ;)

Termino com o meu último vídeo, onde falo brevemente desta experiência na gravidez.


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Risoto de abóbora com côco e sálvia

Mais uma receita baby-friendly aqui no blog, em especial para quem fez o curso de temperos para BLW comigo. Na verdade preciso contar um segredo: as receitas para bebês são as mesmas que faço para adultos com pouquíssimas alterações! Afinal, nossos pequenos merecem comida de verdade, saborosa, rica em cores, aromas e texturas como gostamos para nós ;)





Esse risoto é vegano e feito com arroz integral, e acredite, é de se comer rezando! Uma prova de que alimentação saudável pode e deve ser muito gostosa.

Ingredientes:

  • 1 xícara de arroz cateto integral
  • 2 xícaras de caldo de legumes caseiro*
  • 1/4 xícara de cebola picada
  • 1/4 xícara de salsão picado
  • 2 colheres (sopa) de óleo de côco extra-virgem
  • 1 1/2 xícara de abóbora japonesa cortada em cubos pequenos
  • 3 colheres (sopa) de sálvia fresca picada
  • 2 colheres (sopa) de leite de coco caseiro (receita aqui) (opcional)
  • Sal a gosto (caso quem vá comer tenha mais de 1 ano de idade)
  • Coco ralado para decorar (utilizo o resíduo do leite de coco)
  • Para bebês menores de 1 ano: farinha de coco para dar o ponto nos bolinhos.

Modo de preparo:

  1. Lave bem o arroz em água corrente para tirar as impurezas dos grãos.
  2. Junte o arroz e o caldo de legumes em uma panela de pressão, feche e leve ao fogo alto. Quando começar a apitar abaixe o fogo e deixe cozinhar por 15 minutos. Tire do fogo e tire a pressão para interromper o cozimento. Reserve.
  3. Cozinhe a abóbora da forma que preferir. Eu particularmente gosto de faze-la no vapor, mas você pode colocar em uma panela com um pouco de água (não muita, se não o risoto ficará aguado) ou então assar com um pouco de azeite em uma travessa envolvida por papel alumínio. É importante que a abóbora fique bem macia, no ponto de poder amassar com um garfo. Reserve.
  4. Em uma panela média e em fogo alto aqueça 1 colher de óleo de coco. Quando estiver quente adicione a cebola e o salsão e refogue até a cebola ficar transparente. Acrescente a abóbora cozida (ou assada) e a sávia, misturando bem e amassando a abobora levemente com a colher de pau até virar um purê ainda com pedacinhos no meio.
  5. Junte o arroz e misture bem, deixando a abobora envolver o arroz totalmente. Se desejar um risoto ainda mais cremoso e aveludado acrescente o leite de coco (mais também fica bom sem). Deixe cozinhar por cerca de 3 minutos ou até estar na consistência da sua preferência.
  6. Desligue o fogo e adicione o óleo de coco restante, misturando delicadamente para dar mais brilho e sabor ao risoto.
  7. Se o seu bebê ainda não come sal separe nesse momento a porção dele. Se ele é adepto do
    BLW e come sozinho mas ainda não maneja talheres, faça bolinhos: deixe o risoto esfriar um pouco e adicione a farinha de coco até conseguir moldar os bolinho com as mãos.
  8. Adicione o sal a gosto para o resto da família. Decore com o coco ralado. Está pronto!

Essa receita rende 4 porções médias. Aqui em casa vez sucesso com a minha pequena, que pediu para repetir! Vai muito bem acompanhado de uma salada verde com tomates e castanhas.




Bom apetite!

Alice comendo o risoto em forma de bolinhos, acompanhado de feijão preto e abobrinha!


* Para fazer 1 litro de caldo de legumes caseiro, ferva 3 xícaras de talos e cascas de legumes (aproveite as partes que você geralmente jogaria fora) de sua preferência com 2 litros de água filtrada por 30 minutos. Coe e o caldo está pronto. Pode ser congelado por até 3 meses. Gosto muito de colocar salsão, pimentão, cebola e talos de salsinha.