domingo, 24 de abril de 2016

Sobre parir, nascer e se descobrir

Enfim escrevo sobre o meu parto, após quase 1 ano! 

Dentro do vendaval de mudanças que a maternidade trouxe, o parto foi um momento muito especial e marcante. Ouso dizer que entendi o verdadeiro significado do Tantra - filosofia comportamental matriarcal, sensorial e desrepressora - somente depois de parir. Na verdade, penso que a cada dia após o fatídico 21 de junho de 2015 me descubro mais como corpo sensível, instintivo e intuitivo, feminino que sou.

Quando me descobri grávida - em algum lugar de outubro de 2014, eu pouco sabia sobre parto. O que minha querida mãe havia me passado é que o parto normal era infinitamente melhor do que a cesárea e que eu tinha que tomar cuidado com o obstetra que faria meu parto, pois muitos induzem à cesárea por puro comodismo. Bom, muito, muito obrigada, mãe! Esse foi o primeiro passo para que minha filha nascesse da melhor forma possível.

A segunda coisa que descobri foi que o melhor é o parto humanizado, mas para ser sincera não entendia inicialmente o que isso significava. Humanizado é com a luz mais baixa e com uma musiquinha tocando ao fundo? Essa era a minha primeira impressão. De qualquer forma, minha irmã me informou que o parto humanizado respeitava mais a mãe e o bebê e com essas palavras me convenceu a me aprofundar no assunto. Obrigada Dri!

O terceiro elemento desse caminho foi assistir ao documentário "O renascimento do parto", que ganhei de uma aluna querida. Renata, minha eterna gratidão a você, que com seu gesto me fez efetivamente compreender o quanto parir de forma digna e respeitosa é uma luta na nossa sociedade. Chorei muito vendo o documentário e me dando conta do quão violento, submisso e machista esse processo natural acaba sendo na maioria das vezes. Ao mesmo tempo, o vídeo me mostrou a força e potência do corpo feminino. Devo dizer que ver tantas mulheres parindo me gerou primeiramente um misto de emoção e medo! Então eu tinha esse poder dentro de mim? O poder de dar a luz a outro ser vivo sem precisar de mais ninguém? Hoje olho o meu susto com um sorriso nos lábios. Me parece tão óbvio que sim. Mas a Júlia a.A. (antes de Alice) ainda vivia dentro da gaiola cientificista e masculina em que a maioria vive, e achava que para que um parto ocorra é preciso de máquinas, médicos, remédios e salas equipadas.

A partir daí minha busca por um parto respeitoso foi incessante. Visitei o consultório de 8 obstetras, na maioria das vezes saindo da primeira visita para não mais voltar. Quando estava no 7º médico (com quem acompanhei boa parte do pré-natal, pois ele se declarava a pró-parto natural, apesar da sala de espera dele mostrar outra coisa), comecei a me sentir extremamente insegura com médicos e pensar que talvez nenhum me contemplaria. 

Eu ainda partilhava da crença de que parto em casa, apesar de lindo, era algo muito arriscado e que eu precisava de equipamentos de reanimação neonatal ao meu lado. Decidi que queria que meu parto ocorresse em uma casa de parto, com enfermeiras obstétricas. Visitei com meu companheiro a Casa de Parto Sapopemba (opção mais próxima de casa entre as únicas duas disponíveis na cidade de São Paulo) e no primeiro momento gostamos bastante do que vimos. Porém, quando fiz o curso de preparação para o parto no GAMA (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa) fui informada que em Sapopemba havia risco de episiotomia (corte feito no períneo da mulher para "ajudar" a saída do bebê) e de credé (colírio aplicado no recém nascido na sua primeira hora de vida para prevenir conjuntivite gonorréica), ambos procedimentos violentos e desnecessários (para casais não portadores de gonorréia). Assim, eu deveria levar um termo de recusa. Mas até aí tudo bem. Ao mesmo tempo o curso me mostrou que o parto domiciliar não era realmente mais perigoso que o parto hospitalar. Que uma boa equipe teria total condição de me amparar, inclusive indicando o hospital caso isso fosse necessário. E que por fim o melhor lugar para parir é onde a parturiente se sente segura.

De qualquer forma para ser aceita em uma casa de parto, eu deveria ter o que é chamado de "gravidez lisa", isto é, baixo risco, sem nenhuma intercorrência. Mesmo assim, qualquer detalhe de última hora poderia fazer com que deixassem de me receber. Assim, eu e Jack (pai da minha pequena), resolvemos fazer uma visita guiada no Hospital São Luíz. Depois de ouvir da guia que eles davam banho logo após o nascimento "para tirar o cheiro de ovo do bebê", que o pai "poderia ficar ao lado durante o banho" e ver o berçário no meio de uma praça de alimentação saímos de lá convictos de que nem aquele, nem nenhum outro hospital, seriam o local onde a nossa Alice veria o mundo pela primeira vez.

Com 36 semanas de gestação fomos ao grupo de acolhimento da Casa de Parto Sapopemba. Logo de início a diretora deixou claro que uma parturiente que recusasse episiotomia não poderia ser lá aceita. Quando eu perguntei com relação ao colírio, esta afirmou, um tanto desconcertada, que também era obrigatório "porque nós somos do SUS". Quer dizer que a saúde pública ter que ter violência desnecessária, em nome de uma pseudo segurança no parto? E ainda não temos direito a decidir sobre nosso próprio corpo e o do nosso bebê? Saí de lá triste e desiludida, revoltada, com minhas aulas de Foucault martelando na cabeça.

Pronto, resolvido. Alice nasceria na nossa casa. Daríamos um jeito de pagar, e daríamos o nascimento mais digno para ela. E o parto mais digno para mim.

Foi uma correria. Parteiras, doula, banheira, kit parto domiciliar. Extensão de chuveirinho para encher a banheira, que ficaria no quarto da Alice. Eram muitos detalhes. Enquanto isso, minha barriga transbordava e descia. Com 37 semanas eu sentia choques nos quadris ao andar, e um feto hiperativo que não me deixava dormir a noite.

Resolvemos não contar nossa decisão para nossas famílias, pois eu estava bastante sensível e não queríamos lidar com as críticas, preconceitos e histeria que certamente viriam com a divulgação da nossa decisão. Para todos os efeitos Alice nasceria na casa de parto. Só que não foi tão simples.

Para além de ocultar a nossa decisão, nos vimos tendo que mentir em todos os almoços familiares a cada vez que nos perguntavam sobre o parto. E esse com o crescer da minha barriga foi se tornando o assunto principal. E mentir não é ok para mim. Sigo o princípio de satya há bastante tempo, e o fingir, mesmo com a melhor justificativa, me fez muito mal. Além disso, no caso específico da minha mãe e da minha irmã foi muito difícil não ter o apoio delas. É claro que eu não tinha dúvidas que parto domiciliar era a melhor escolha para mim, porém isso não significa que eu não tivesse medos e inseguranças. Da dor, de não dar conta quando chegasse a hora. E não poder dividir isso foi pesado.

Com 40 semanas, no quarto da Alice
No dia em que completei 40 semanas de gestação houve um entupimento enorme nos canos do meu apartamento e água de esgoto começou a sair pelos ralos. Entrei em pânico. Como poderia parir minha filha ali? Lembro de falar com a minha doula, a querida Anna Amorim e ela me dizer: "Júlia, não se preocupa! Nenhum bicho dá cria quando está ameaçado! Você só entrará em trabalho de parto quando tudo estiver bem!"

É, a gente é mais bicho do que a gente pensa. Hoje percebo nitidamente o esforço que o Homem faz para negar a natureza e se distanciar dela... a medicalização do parto mostra isso claramente. O problema é que essa negação da natureza distanciou a mulher da sua potência, colocando na mão do médico o papel principal do parto e anulando a capacidade que nasce junto com toda a mulher: dar à luz a seu bebê. Naquele momento parir em casa já havia se tornado um posicionamento político. Gastamos o que não tínhamos contratando uma desentupidora, e no mesmo dia estava tudo resolvido... mas Alice ainda não queria vir.

Com 40 semanas e 3 dias fomos à consulta com a Obstetra que fez o back-up do meu parto (caso eu precisasse de transferência para um hospital), Dra. Carolina Rossoni. Conversamos sobre data limite para parto sem indução e sobre as induções, caso fosse necessário. Descolamento de placenta, drogas, balão... não queria aquilo. Comecei a ficar nervosa. E a Dra. Carolina me alertou que justamente o que eu precisava para entrar em trabalho de parto era relaxar. "Se você estiver estressada, seu corpo vai inibir a produção de ocitocina, hormônio responsável pelas contrações". Ok. Saindo da consulta uma enxurrada de telefonemas. "Quando nasce?" "O que a médica falou?" "Quantos centímetros de dilatação?" AAAAAAHHHGGGGGG! Tudo oque eu não precisava, pressão e ansiedade por todos os lados. O Jack foi fantástico: criou um grupo de whatsapp com toda a minha família, mas sem mim. A partir de agora eles se reportariam a ele, não a mim, para tirar suas dúvidas.

Falei com as minhas parteiras. Recomendação: chá de canela, caminhadas e acupuntura com o maravilhoso Thomas. Era uma sexta-feira, eu estava com 40+4 (semanas+dias) e a Flora, madrinha da minha filha e minha mãe vieram almoçar na minha casa. A Flora, que sabia do parto domiciliar, chegou antes para conversar comigo. "Jú, acho que esconder o seu parto da sua mãe está te travando". Se ofereceu para contar para ela, longe de mim. "Assim eu seguro o impacto da reação dela e te garanto que depois ela vai ficar ao seu lado!" Topei. Durante aquele almoço comecei a sentir contrações, sem dor nenhuma, mas bem fortes. Sorria e tentava disfarçar a barriga com formatos esdrúxulos da minha mãe...

Na noite daquela sexta-feira de inverno fui à sessão de acupuntura com o Thomas. Falei para ele que queria que minha Alice viesse no tempo dela, sem ninguém apressar, mas que eu tinha receio de estar travando o processo por medo ou ansiedade. Ele foi lindo: colocou as agulhas muito mais focado em mim do que nela, me ajudando a me empoderar, ficar pronta e tranquila para receber minha filhota. Muitas, muitas contrações durante a sessão, mas ainda sem ritmo nem dor. Eu e Jack saímos do consultório animados. Fomos comer comida indiana, caminhamos do Paraíso até nossa casa, na Augusta. Não víamos a hora de conhecer nossa pequerucha...

Sábado, 40+5, e minha mãe um tanto histérica com a Virada Cultural (moro no centro). Querido Jack me ajudou a bloquear o estresse inconveniente, e fomos planejando o nosso dia juntos, atentos ao meu corpo. O chá de canela sempre na jarra para manter meu corpo quente, muito descanso, contrações ainda desritimadas e indolores e, no fim da tarde, uma peça de teatro do meu grupo querido. O diretor (por acaso padrinho da Alice) e os atores não acreditaram quando chegamos. "Você vai parir no meio da peça!" Risadas. Realmente as pessoas acham que parir é um passe de mágica, né?

Depois da peça resolvemos ir até a Praça da República ver um pouco a Virada. Estava frio, ventando muito e lembro de pensar que tinha que manter meu corpo quente... comprei um cachecol e fui comer um yakisoba em uma barraquinha. Na volta passamos em frente ao Edifício Itália. Jack me perguntou: "Já subiu no terraço?" "Não." "Vamos?" "É caro!" "Hoje é especial." Fomos. Tomei chá de camomila com baunilha e mel e o Jack uma Xingú. A noite tava linda e eu estava tão feliz, tão plena... relaxada.

Chegamos em casa umas 23h. Lembrei que a Anna tinha me falado para ler os relatos de parto na Anna Gallafrio, que teve os dois filhotes em casa com mais de 42 semanas. Li a carta que a Anna escreveu para Mattias, ainda na barriga, e comecei a chorar. E junto com o choro veio o enjoo. Achei estranho. Tive muita náusea no inicio da gravidez mas não esperava ela agora, aumentando cada vez mais. Mandei uma mensagem para as parteiras. "Confere produção?" Antes da resposta eu já havia colocado o yakisoba todo pra fora. A Anna perguntou se tinham contrações. Elas haviam parado... curioso. Tomei chá de camomila, o Jack me fez uma massagem, consegui dormir um pouco. Acordei 
vomitando mais. Fatia de pão. Vomitei. Água. Voltou também. Parei de comer e beber. Começou a sair bile. Os espasmos eram tão fortes que escapava xixi. Tive diarreia. Era como se de repente o meu corpo tivesse resolvido expulsar tudo o que tinha dentro dele...

Eram 3h40 da madrugada quando o Jack ligou para a Maíra Bittencourt, uma das parteiras. Fazia mais de 4h que eu vomitava. Eu ouvi a conversa com o balde na mão. Maíra continuava afirmando que sem contrações não era trabalho de parto. Culpou o yakisoba, que devia ter me dado uma intoxicação e me falou pra ir pro PS. NÃO! Eu queria ter minha filha em casa! Durante a conversa veio a primeira contração dolorida. Outra. Outra. Jack desligou o telefone e começamos a marcar o tempo. Era uma dor suportável. De 5 em 5 minutos. Jack foi ligar para a Anna e saiu do quarto para preparar a casa. Eu fiquei medindo as contrações... não acreditava ainda que realmente estava em trabalho de parto... que a hora tinha chego.

A partir daí não posso mais relatar horários e nem a exata ordem cronológica dos fatos. As forças que me tomaram e levaram são bastante distantes do intelecto e da razão. Eu diria que é um misto de sentimentos, sensações, intuição e  do instinto mais fundamental.

Lembro de ficar por algum tempo na bola de pilates controlando as contrações pelo aplicativo do celular. Lembro que em algum momento quando fui ao banheiro para mais diarreia saiu o tampão, cheio de sangue. Quando não aguentava mais a dor fui para debaixo do chuveiro. Lembro de ficar com medo da água acabar (estávamos no meio da crise hídrica) e pedir para o Jack acionar a bomba do prédio. A água quente ajudava mas na hora das contrações nada resolvia... não havia posição. Fiquei com medo de cair minha pressão... fazia muito tempo que eu não conseguia comer.

Quando a Anna chegou, umas 6h da manhã, eu estava sentada no sofá da sala, embrulhada em um cobertor. A cada contração eu caía no chão, de quatro, gritando. Tanto o Jack quanto a Anna tentaram massagem, mas não ajudava. Olhei para a Anna meio desesperada. "Eu não sei o que fazer com essa dor!" Ela docemente respondeu "Não briga com ela. Ela está a seu favor. Empurra ela pra baixo. Concentra. Respira." Procurei conduzir a dor. Anna colocou uma bolsa de água quente no meu quadril. Ajudou muito! Fiquei a partir desse momento sentada em samánásana, com as costas bem eretas e a bolsa quente entre meus quadris e o encosto do sofá. A cada onda de contração eu tentava mergulhar mais e mais para dentro de mim. Os gritos cessaram, passei a grunhir, rosnar, com a força de cada contração saindo pelos meus olhos.

Quando a Maíra chegou, umas 7h e fez o primeiro e único exame de toque de toda a gravidez, eu tinha 7 dedos de dilatação. Acho que as contrações estavam a cada 3 minutos, não tenho certeza, quem controlava era a Anna. Lembro de, em um surto de dor e cansaço olhar para a Anna e o Jack e soltar "que idéia estúpida!" A dor era forte, e tinha horas que eu não conseguia me manter focada. Eu tinha a sensação de que iria demorar muito mais... não lembro direito de quando a Bianca Zorzam, a outra parteira, chegou. Comecei a pedir para ir para a banheira e foi quando descobri que a pressão da água da minha casa era muito baixa e a banheira ainda não estava cheia o suficiente. O Jack corria com panelas de água quente para encher mais rápido. As contrações estavam realmente muito fortes, e a dor no quadril me rompia.

Quando fui ao banheiro para finalmente terminar de esvaziar meus intestinos resolvi que iria ver a banheira (que estava instalada no quarto da Alice). No caminho do banheiro para o quarto uma contração me fez cair no chão e o Jack me segurou. A banheira parecia suficientemente cheia, mas quando coloquei o pé estava escaldante (nossa, como fiquei brava!). Enquanto o Jack corria para pegar um balde de água fria outra contração me fez cair em cima da Bianca e... a bolsa estourou, quando começaram os puxos... Alice havia estourado a bolsa ao descer pelo canal!

Entramos finalmente na banheira, eu e Jack, que ficou atrás de mim. Foi mágico. Parei de sentir dor totalmente, relaxei. Na primeira força Alice coroou. Na segunda saiu metade da cabeça. Senti o tal anel de fogo... não doía, mas ardia e queimava. No final de cada força ela voltava pra dentro e e falava "não volta filha!" Na terceira força ela saíu inteira de uma vez. Por um segundo fiquei com medo da cabeça dela bater na banheira, mas em seguida a peguei e levei para o meu peito.



A primeira ação de Alice neste mundo foi tossir, em seguida esboçou um choro, mas ao encostar no meu coração olhou para mim e para o pai dela e... sorriu! Cantamos a música que a embalara na barriga por muitos meses: O descobrimento do Brasil. Jack chorou no meio, eu continuei.

Alice mamou na sua primeira hora de vida quase inteira, o cordão umbilical foi cortado mais de uma hora depois de seu nascimento. Nasceu no seu quarto, à luz de velas, aquecida pela sua mãe, seu pai e duas parteiras muito carinhosas que a tiraram de meus braços somente muito tempo depois (umas duas ou três horas?).

Agradeço imensamente à equipe da La Mare, minha parteiras queridas, à Anna, um anjo que me apareceu e à Janie Paula, que me ajudou a achar a minha equipe.

Hoje entendo o motivo pelo qual se define o Tantra como matriarcal e por isso sensorial. Há uma sabedoria no nosso corpo imensa que apenas acessamos totalmente no parto. Meu corpo continuou e continua se transformando na maternidade e posso afirmar que por ter podido vivenciar esse momento tão crucial de forma tão natural que sei o quanto somos potentes e poderosas. Após a Alice, o auto-conhecimento se impõe e cresce a cada dia... mas isso é assunto para outros posts.

sábado, 9 de abril de 2016

Sobre mim, este blog e novos tempos

Olá pessoas bonitas que me leem!

Muito tempo que não escrevo aqui um texto que não seja informações sobre aulas ou uma receita nova. No início desse projeto muitas reflexões sobre ética, Yoga e vida foram colocadas aqui e devo dizer que não estar mais escrevendo é algo que me entristeceu bastante.

Uma miríade de motivos fizeram com que isso acontecesse, entre eles se destaca a falta de tempo (grande monstro que assola nossa sociedade) - que para além do tempo físico engloba também o tempo psíquico e emocional - mas, para além dele, houveram transformações na minha vida demasiadamente profundas e radicais, difíceis de serem contempladas em um post.

Com todas essas mudanças, percebi que se tornou mandatório para mim que esse fosse um espaço de compartilhamento de experiências muito para além do Yoga. Sim, este é parte fundamental da minha vida e, como o prisma através do qual eu enxergo o mundo, posso encontra-lo em tudo o que faço. Porém depois da experiência da maternidade devo dizer que há reflexões que muitas vezes não vieram do Yoga mas que vejo como essenciais para que faça sentido para mim escrever. A vinda da minha filha mudou o mundo para mim e afeta a profissional que sou (quando meus alunos me leeem) e a yoginí que procuro ser (para praticantes que passam por aqui).

Assim, estou abrindo esse espaço para que todas as experiências formem um caleidoscópio ainda mais rico para ser compartilhado.

As receitas? Virão de tempos em tempos. Continuo amante do vegetarianismo e hoje cada vez mais próxima do veganismo.

A prática? Estará aqui, assim como a possibilidade de se tirar dúvidas sobre ela.

Cheguei a conclusão que quando falamos de Yoga a separação entre profissional e pessoal é praticamente impossível. E por isso teremos um cunho mais pessoal por aqui.

Eu adoraria que na internet houvesse cada vez mais conteúdo com sentido e profundidade, e sempre tentarei fazer a minha parte ;)

beijinhos e até o próximo texto!