quinta-feira, 11 de julho de 2013

Turmas de férias!

Para todos os alunos, ex-alunos e interessados:

Neste mês de julho, para me despedir de todos antes de passar 6 meses fora do Brasil, estou reunindo as turmas em dois horários:
  • Terças e quintas - das 17h30 às 18h45
  • Terças e quintas - das 19h às 20h15
Como muitos estão viajando, o esquema é pagar por aula avulsa: apenas R$20,00/aula! Aberto para também para amigos, que querem conhecer a prática. Ótima ajuda para a manutenção nas férias e dicas para quem quer praticar sozinho, além de um banho de energia boa!

O endereço da prática é: Rua Silvio Sacramento, 221 - travessa entre a Rua Teodoro Sampaio e a Av. Cardeal Arcoverde, a 5 minutos a pé do metrô Clínicas.

A sala possui capacidade para até 6 alunos, por isso quem estiver interessado entre em contato comigo antes de vir para ver a disponibilidade de vagas. Deixe um recado por aqui, mande um email para julia.calderoni@gmail.com ou ligue para (11) 99728-4666.

Aguardo a todos!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Bolo integral de melado de cana com banana

Essa foi uma daquelas receitas que encontramos atrás do pacote de farinha e resolvemos revolucionar. Originalmente era um bolo integral de mel (da Farinha de Trigo Integral Orgânica da Mãe Terra), mas resolvi colocar meus toques especiais e torna-lo vegano. Agora estou aqui me controlando para não comer o bolo inteiro de uma vez!

Ingredientes:
  • 1 xícara de farinha de trigo integral
  • 3/4 de xícara de aveia (usei a laminada grossa, apesar da receita falar farinha de aveia)
  • 1 1/2 colher (chá) de fermento biológico em pó
  • 1/2 colher (chá) de sal marinho
  • 3/4 xícara de resíduo de amêndoas (sobra do leite de amêndoas*)
  • 1/4 de xícara de óleo de canola
  • 1/2 xícara de melado de cana
  • 3/4 de xícara de leite vegetal (usei soja)
  • 2 colheres (chá) de vinagre de hortelã
  • um punhado de uvas passas
  • 3 bananas picadas
  • Canela para polvilhar por cima


Modo de fazer:

Peneire a farinha e junte todos os ingredientes secos em uma vasilha. Misture bem. Junte o resíduo de amêndoas e misture - se não tiver, pode substituir por castanhas trituradas. Em outro recipiente junte todos os ingredientes líquidos e bata bem até obter um líquido marrom homogêneo. Acrescente então a mistura líquida à seca aos poucos, sem parar de bater, até obter uma massa levemente líquida. Junte por fim as bananas picadas, coloque em uma forma untada e leve ao forno pré-aquecido a 200ºC por aproximadamente 45 minutos, ou até dourar. Depois de esfriar desenforme e polvilhe a canela.

Rende um bolo pequeno, de massa densa mas nada pesado e não muito doce. Muito saboroso, fica ótimo com sorvete ou acompanhando o café. Ele não cresceu e fiquei na dúvida com relação ao fermento biológico, mas o gosto ficou maravilhoso!


Bom apetite!

*leite de amêndoas: deixe uma medida de amêndoas de molho em água quente por 8 horas. Escorra a água, lave bem, e bata com duas medidas da água no liquidificador. Coe e utilize no lugar do leite! O resíduo que sobrou na peneira pode ser usado para fazer chancliche vegano, biscoitos, pães ou bolos como este!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Torta vegana de damascos frescos sem glúten

Esta foi uma adaptação da receita de torta de banana da eco chef Martha Tatini. Fiz a receita da Martha uma vez por curiosidade, pois achei bem diferente uma torta sem farinha, que leva arroz cozido na massa. Ficou fantástica e meus alunos me encomendaram outra para o nosso grupo de metalização (Sat Chakra). Como não encontrei bananas maduras resolvi usar a criatividade!

Ingredientes:
  • 1/2 copo de óleo de canola
  • 1/2 copo de leite de arroz (pode substituir por outro leite vegetal. Na receita original há a opção com leite de coco)
  • 1/2 copo de amêndoas cruas hidratadas por pelo menos 12h e lavadas
  • 2 copos de arroz integral cozido sem sal
  • 1 copo de açúcar mascavo
  • 8 damascos frescos maduros descascados e sem caroços
  • 1/2 limão
  • 3 cravos (opcional)
  • 1 colher (café) de essência de baunilha
  • 1 colher (sobremesa) de fermento químico
  • noz moscada e canela em pó a gosto

Modo de preparo:

No liquidificador junte todos os ingredientes menos o arroz, os damascos, o limão e o fermento. Bata até ficar homogêneo e vá acrescentando então o arroz e 6 damascos aos poucos. Depois que tiver formado uma massa homogênea acrescente o fermento e bata mais um pouco, apenas o suficiente para mistura-lo.

Unte uma forma redonda com fundo falso com farinha de arroz ou fubá. Despeje a mistura na forma. Fatie os dois damascos que sobraram, esprema limão sobre eles e polvilhe canela. Coloque as fatias sobre a torta, decorando-a da forma que quiser (eu fiz as lâminas bem finas e cobri toda a torta). Leve ao forno pré-aquecido a 200 graus por 50-60 minutos. Ela vai ficar cremosa no meio, é normal. Se quiser que fique mais firme, leve ao congelador depois de pronta.

Rende cerca de 8 fatias de uma torta leve e muito saborosa.

Bom apetite!

domingo, 21 de abril de 2013

Uma prática heterodoxa


Elaborei para meus alunos da USP um guia para uma prática heterodoxa de Swásthya e compartilho abaixo com todos.

Atenção: Essa prática não possui nível avançado, porém foi pensada para praticantes que já possuem alguma intimidade com as técnicas. Se você não entende-la, pergunte antes de fazer! Não é recomendada para quem nunca praticou.


Prática de Swásthya Yôga

1.      
Mudrá: Todos sentados, mãos em shiva mudrá, pernas cruzadas na polaridade correta. Olhos fechados.
Passe as mãos para o prônam mudrá, levando as palmas uma a outra e
ambas à frente do peito. Mantenha os olhos fechados. Faça uma série de respirações profundas e visualize um anel de luz dourada que circula entre seus braços e seu tronco, na altura do coração, girando da esquerda para a direita. A cada inspiração esse anel se torna mais brilhante, e a cada expiração essa luz se expande, projetando-se pelos poros para o ar ao seu redor. Pouco a pouco envolvendo todo o seu corpo em uma redoma de luz. Faça uma última inspiração muito profunda, visualizando todo os seu corpo brilhando em dourado e ao expirar essa luz emana por todo o ambiente, tomando conta da sala. Leve a atenção para as mãos e a partir destas para dentro do corpo. Aquiete-se.

2.      
Pránáyáma: Leve as mãos ao jñána mudrá, tocando indicadores e polegares e pousando-as sobre os joelhos.
Faça a respiração abdominal ou completa (para quem souber), utilizando o ritmo 1-2-1, isto é: inspire contando o tempo, segure com os pulmões cheios o dobro desse tempo e solte o ar no mesmo tempo que levou para inspirar. Quem conhecer agregue os bandhas – compressões de plexos e glândulas ao pránáyáma. Mantenha a técnica por 5 minutos.

3.       Kriyá: Faça as contrações abdominais. Que já estiver treinando o nauli (isolamento e giro do grande reto abdominal) pode faze-lo. 4 ciclos para cada aluno.

4.       Ásana: Lembre-se durante toda a sequência das regras gerais de respiração, localização da consciência, compensação e segurança. Chegue sempre ao ponto máximo de cada posição apenas no último ciclo respiratório. Tempo médio: 1 minuto por ásana. Não foi possível colocar fotos para todos os ásanas, mas se estes forem procurados pelo nome serão facilmente encontrados..
·    Sukha Vrikshásana (procure subir o calcanhar até o alto da coxa, na virilha mesmo).
Ardha pakshásana
·     Ardha pakshásana, os mais avançados podem tentar fazer a variação rája, segurando com a mão no pé que está elevado e estendendo o joelho.
·    Trikônásana (cuidado para não deslocar os quadris!)
·    Utkásana (não esqueça que não pode tirar os calcanhares do chão!).
·   Vajrôliásana (mentalização de laranja na parte do corpo mais solicitada)
Sushumnásana
· Sushumnásana (toque a testa nos joelhos, deixe o ritmo cardio-respiratório se normalizar).
·    Supta mêrudandásana (quanto mais devagar descer, melhor ;-))
·   Êkapáda chálanásana (os alunos podem escolher entre fazer com ambos os joelhos estendidos ou com o joelho da perna que está torcendo flexionado).
·    Vire de barriga para baixo.
Mahá bhujángásana
·   Bhujángásana (cuidado com a lombar, sempre contraia os glúteos. Quem tiver dor, faça a variação ardha, com os antebraços no chão. Para quem estiver fácil, flexione os joelhos, tentando tocar com os pés na cabeça).
·     Yôgásana (descanse...)
passagem: rajas vajra-samakônásana
·  Rajas vajra-samakônásana (cada um faz o que conseguir. Desafio da aula! Os alunos mais antigos ajudam os mais novos).
·   Paschimottanásana (2 minutos de permanência, respiração abdominal com ritmo 1-0-2, no final procure chegar com a cabeça no joelho).
·  Prática livre
·  Invertida (aquela que estiver treinando).


5.       Meditação: Todos sentados na posição do início da prática, com as mão em shiva mudrá. Olhos fechados. Leve a atenção para a sua respiração. Quando você inspirar, mentalize o som SO e quando soltar o ar mentalize o som HAM: SSSSSOOOO.....HHHAAAMMM... concentre-se totalmente nesse som e não pense em mais nada. 3 minutos de duração.

terça-feira, 12 de março de 2013

Bolo vegano de coco com calda de ameixas frescas

Esse bolo delicioso é do livro "O Gourmet Vegetariano", de Rosângela de Castro. É super fácil de fazer, não precisa nem de batedeira. Eu diminuí o açúcar da receita original, pra variar, e deu certo. Já fiz várias vezes, e sempre é um sucesso!

Ingredientes:
  • A carne de 1 coco maduro
  • 2 xícaras de suco de laranja
  • 2 xícaras de farinha de trigo comum
  • 1 xícara de farelo de trigo
  • 2 xícaras de açúcar cristal ou mascavo
  • 3/4 de xícara de óleo (uso sempre canola)
  • 1/2 colher (chá) de bicarbonato de sódio
  • 2 colheres (chá) de fermento em pó
  • 250g de ameixas frescas pretas
  • canela e açúcar para temperar a calda
Modo de fazer:
  1. Bata o coco picado com o suco de laranja no liquidificador. Não moa demais, deixe alguns pedaços.
  2. Em uma vasilha grande misture as farinhas, o açúcar e o óleo.
  3. Dissolva o fermento e o bicarbonato na mistura de coco e laranja e acrescente-os à massa. Bata bem até que a mistura fique homogênea.
  4. Unte e enfarinhe uma forma média. Despeje a massa.
  5. Leve ao forno em temperatura média por 50-60 minutos.
  6. Para a cobertura: leve as ameixas ao fogo em uma panela pequena, cobertas com água, e deixe ferver até que fiquem macias. Quando esfriarem, retire os caroços e bata-as no liquidificador com a água do cozimento, um pouco de açúcar e canela. Deve ficar com a consistência cremosa.
  7. Despeje por cima do bolo quando este já estiver frio.
Bom apetite!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Sobre o embrutecimento

Li hoje um artigo no blog do Sakamoto sobre o atropelamento do ciclista David na Av. Paulista, ocorrido no último domingo. É muito triste, mas concordo plenamente com o artigo: um acontecimento como esse não nos choca mais realmente. No fundo é mais um dos ocorridos cotidianos da nossa tão "pacífica" e "civilizada" cidade. No fundo estamos acostumados. Dessensibilizados. Embrutecidos.

E para viver nesse contexto que nos cerca precisamos estar? Me pergunto onde cabe o nosso horror, nossa fragilidade... nossa sensibilidade nesse mundo, nessa cidade onde vivemos. É quase questão de sobrevivência naturalizar o horror, pois se não este nos seria insuportável.

É verdade, houve manifestações por parte dos ciclistas, brados por justiça... que bom que houve, como também me deixou feliz no sábado ter ocorrido o ato de repúdio ao deputado Marcos Feliciano com tantos participantes. Isso mostra que, em algum nível, a sociedade quer lutar pelos seus direitos e não permanece calada. Ao mesmo tempo algo em mim acha tudo isso pouco. Podem, e provavelmente irão  acontecer agressões correlatas a essas duas (pois para mim a posse do dep. Marcos Feliciano é uma  agressão a qualquer um que luta pelos Direitos Humanos, além de uma grande piada de mal gosto, onde todos nós somos os palhaços). Tinha que ser intolerável.

Talvez apenas se não existisse São Paulo, essa 'não-cidade', como disse Sakamoto. Talvez eu, de tradição tântrica - sensorial e desrepressora tenha que sair daqui para conseguir deixar de me sentir eternamente oprimida por essa realidade.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Yôga Sútra: I-16 e I-17

Mais dois sútras para o nosso estudo, segundo o Samádhi PádaH. Se você caiu de paraquedas nesse post e não sabe do que eu estou falando, veja o primeiro post da série deste estudo e siga a sequência antes de voltar para cá.



Falamos de abhyása e vairágya como forma de controlar os vRittis nos sútras anteriores. Aqui Pátañjali nos coloca o resultado da aplicação destas duas condutas: com a prática diligente e ao mesmo tempo com desprendimento eleva-se a consciência de forma tal que os gunas cessam, atingindo-se assim um dos tipos de samádhi. Já estamos falando aqui de hiperconsciência, a meta do Yôga!

É claro que a manutenção de abhyása e vairágya não são fáceis de se obter, e estas precisam ser mantidas por um bom período de tempo. Lembrando sempre que o Yôga Sútra pertence a um contexto bem diferente do nosso: estamos falando da Índia do século III d.C.. A relação com o tempo naquela sociedade certamente diverge da nossa. De qualquer forma pode não ser fácil, mas para Pátañjali é bastante simples atingir o samádhi.

E pensar que muitos professores modernos que se nomeiam continuadores do Yôga Clássico passam aos seus alunos a idéia de que o samádhi é algo inalcançável, para poucos...

Estudem bem os dois sutras propostos, que em breve chegam outros!

terça-feira, 5 de março de 2013

Swásthya Yôga na USP está voltando de férias!

E as aulas de Swásthya na USP estão de volta! Terças e quintas continuaremos na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, no prédio das Ciências Sociais às 12h e nas quartas e sextas começaremos o ano na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo às 12h15, com a possibilidade de irmos para a Faculdade de Economia e Administração.

Nesta semana haverão aulas abertas para todos os que quiserem conhecer o nosso trabalho!

  • Quinta-feira, 7 de março às 12h na FFLCH (encontro no saguão das Sociais)
  • Sexta-feira, 8 de março às 12h15 na FAU (encontro na frente do Estúdio 3)
Quem desejar saber mais informações, deixe um comentário nesse post, mande um e-mail para julia.calderoni@gmail.com ou ligue para (11) 99728-4666.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Chai: o famoso chá indiano

Essa receita é super tradicional na Índia e hoje está difundida pelos quatro cantos do planeta, tendo muitas vezes ganhado novas roupagens. A pedidos, estou passando aqui a variação que me foi ensinada... sei que a receita original é com chá preto e açúcar branco. De resto, vai depender da região e do gosto pessoal de cada um.

Ingredientes:
  • 1 litro de água
  • 1 raiz de gengibre média ralada com casca e tudo
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 2 ramos médios de canela
  • 5 sementes de cardamomo maceradas
  • 3 colheres de sopa de leite em pó integral
  • 1 colher de sopa rasa (se for a granel) de chá preto de boa qualidade ou 2 saquinhos.

Modo de fazer:
  1. Coloque a água para ferver.
  2. Em uma panela média leve o açúcar e a canela ao fogo brando e deixe formar um caramelo, mexendo sempre para não queimar. O ideal é que a rama de canela se abra, liberando mais sabor. Para isso acontecer sem queimar o açúcar o fogo deve estar bem baixo.
  3. Adicione o gengibre ralado e o cardamomo macerado. Mexa bem. (Quanto mais nova for a raíz do gengibre, mais forte irá ficar. Quanto ao cardamomo, você pode encontra-lo em casas árabes, Empório Santa Luzia, Zona Cerealista ou no Mercado Municipal. Da pra fazer a receita sem ele, mas perde um toque especial.)
  4.  Acrescente quase toda a água fervente, guardando apenas cerca de meia xícara para dissolver o leite em pó. Deixe a mistura ferver por 5 minutos.
  5. Enquanto a mistura ferve, dissolva completamente o leite em pó no restante de água, tomando cuidado para não deixar nenhuma pelota. (Aprendi a fazer o chai com leite Ninho, que é bem integral e seria mais próximo do leite não processado, tirado direto da vaca em algumas regiões da Índia. Na verdade não é obrigatório, mas o Ninho dá uma cremosidade gostosa à bebida.)
  6. Junte então o leite à infusão, mexa por um minuto e desligue o fogo. O ideal é que o leite não chegue a ferver.
  7. Adicione então o chá preto, deixando-o em infusão por 2 minutos e então coe a mistura. Não é preconceito, mas as marcas nacionais de chá preto são de qualidade bastante inferior, e se você dispuser de um verdadeiro Breakfast Tea ou Earl Grey Tea vai fazer toda a diferença! Se optar usar o chá a granel você precisará de um coador de estopa ou pano (não pode ser de papel, pois tem que mexer), e o ideal é que tenha a mão também um funil, para conseguir acomodar o chai em uma garrafa térmica. Se não der para fazer isso tudo, utilize o chá em saquinhos mesmo, e depois precisará somente de uma peneira para coar (o funil continua sendo uma dica válida). DEIXE O CHÁ PRETO APENAS 2 MINUTOS ANTES DE COAR, COM A PANELA JÁ FORA DO FOGO, SE NÃO O CHAI IRÁ AMARGAR!
  8. Experimente. É possível acrescentar mais açúcar e/ou leite, dependendo do que você quer corrigir. Para ambos os casos, adicione a uma xícara do chai o açúcar ou o leite em pó na quantidade desejada, dissolva bem e retorne essa xícara à garrafa térmica ou bule que estiver utilizando para servir.
Está pronto! Rende um litro de bebida, que pode acompanhar biscoitos, torradas ou um bolo. É extremamente estimulante e ótimo para a garganta. Se não for consumir toda a receita em no máximo 6 horas, mantenha em geladeira, reaquecendo na hora de servir, pois se não o leite pode coalhar.

Bom apetite!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Yôga Sútra: I-12, I-13, I-14 e I-15

Depois de mais de um mês em jejum, trago para vocês mais uma página do nosso Samádhi Pádá, do Yôga Sútra de Patáñjali. Se você não sabe do que estou falando leia os posts do mês passado. Vou continuar o estudo proposto hoje com a introdução de dois importantes conceitos:



Em janeiro falamos sobre os vRittis, as dispersões que nos impedem de chegar à meta do Yôga. Aqui nesses quatro sútras é colocado o que se precisa para controla-las: abhyása e vairágya.

Desta vez não farei uma análise. Gostaria que cada leitor refletisse sobre o que está escrito acima e tirasse suas próprias conclusões. Ficarei feliz se houverem comentários para trocarmos.

Só digo que sem essa dupla, o trabalho do yôgin é virtualmente impossível.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Baingan Bharta (बैंगन भरता) - Berinjela indiana defumada

Esse antepasto picante foi uma das primeiras receitas que aprendi ao virar vegetariana. O fato das berinjelas serem defumadas dá um sabor especial à receita, que é muito saborosa e não é difícil, só um pouco trabalhosa.

Ingredientes:
  • 1 berinjela grande ou 2 médias
  • 2 a 3 tomates bem vermelhos mas firmes picados
  • 4 dentes de alho picados
  • 2 colheres (sopa) de óleo
  • 1 pimenta dedo-de-moça picada
  • 1 colher (chá) de páprica picante
  • 1 colher (café) de tumeric ou de coloral
  • 1 colher (café) de cominho em grãos
  • 1 colher (chá) de garam masala (se não tiver substitua por coentro em pó misturado com gengibre em pó, pimenta do reino além de louro em folha) 
  • Sal a gosto
  • 1 punhado de coentro fresco picado (opcional)
Modo de fazer:

Para defumar a(s) berinjela(s) você precisa coloca-la(s) diretamente sobre a chama de fogo no fogão. Isso mesmo. Eu costumo escolher a maio boca e colocar em fogo alto para ir mais rápido, mas você  deve ter cuidado para não se queimar. A cada 15-20 segundos gire a(s) berinjela(s) para que ela(s) inteira(s) seja(m) defumada(s). A casca irá pouco a pouco ficar com a aparência quebradiça, se desprendendo. Quando essa aparência cobrir toda a casca, significa que está pronto.
Coloque então, com cuidado para não se queimar, a(s) berinjela(s) em uma tigela com água fria e retire a casca com as mãos ou, se quiser, com a ajuda de um garfo. A casca sairá facilmente. Quando toda casca sair, tire a(s) berinjela(s) da tigela, corte fora a parte do cabo e pique-a(s) em pedaços médios - não precisa ser pequenos, pois depois irão se desfazer. Reserve.

Em uma panela média aqueça o óleo em fogo alto. Após alguns segundos acrescente o cominho em grãos, a pimenta dedo-de-moça e, se quiser, duas folhas de louro. Deixe a mistura fritar por um minuto, misturando. Adicione o alho picado, mexendo bem por mais 30 segundos e então junte a berinjela, misturando tudo bem. Acrescente o resto dos temperos, menos o sal e o coentro fresco e misture por 5 minutos. Junte o tomate picado e o sal, mexa bem e deixe a mistura por mais 5 minutos em fogo médio com a panela semi-tampada. Destampe e aumente o fogo novamente, mexendo sempre, o tempo suficiente para que o excesso de água evapore. Desligue o fogo.

Se gostar do sabor do coentro fresco, misture-o ao antepasto para finalização.

Rende uma entrada boa para até 6 pessoas. Pode ser servido quente ou frio (tradicionalmente é frio, mas eu gosto muito quente), com naan, chapati, pão sírio ou outro pão de sua preferência.

Bom apetite!

sábado, 12 de janeiro de 2013

Uma pausa para revisão


Na última sexta postei quatro sútras do Yôga Sútra aqui e confesso que depois fiquei um pouco incomodada. Sútra significa aforismo – isto é, pílulas de sabedoria condensadas, desidratadas. Não acho que ler um livro de sútras, como o de Pátañjali, de uma vez só faça muito sentido, pois em cada frase há mais do que se pode perceber logo de início. Eu mesma estudo o Yôga Sútra há dez anos, e a cada fez que leio um trecho, vejo coisas novas, que não havia percebido antes.

Por isso minha primeira ideia foi postar dois ou três sútras, no máximo, por dia, para que se pudesse efetivamente estudar esse livro tão importante. Quis postar os quatro para manter os tipos de vRittis juntos, mas eu mesma me peguei lendo-os mais superficialmente na hora de fazer um comentário.

Por isso, estou mudando os planos iniciais e deixarei o final de semana para revisão nos estudos (para aqueles que estão acompanhando essa série sobre o Yôga Sútra): Dê uma olhada nos sútras I-1 a I-11 que postei nessa última semana e leia-os sem pressa, com tempo para que eles assentem. Digo desde já para os que não praticam e nunca praticaram Yôga que a prática muda completamente a compreensão destes aforismos, afinal eles são exatamente o resultado de muita prática.

E amanhã, domingo, tenho uma surpresa para os que estão sentido falta das receitinhas vegetarianas... ;-)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Sútras I-8, I-9, I-10 e I-11

Como prometido ontem, hoje os sútras que falam sobre os outros quatro tipos de vRittis, além do conhecimento correto (pramáNa), que vimos ontem:

É interessante lembrar que no sútra I-5 se fala que alguns tipos de vRittis são dolorosos e outros não-dolorosos. Pátañjali deixa isso aberto para interpretação. Agora que temos um sútra para cada tipo de instabilidade, contando com o post de ontem, podemos refletir: o que é doloroso? Conhecimento equivocado? A memória pode trazer dor, mas também pode trazer alegria. Aliás, essa definição de memória, 'a não-extinção de experiências passadas', eu acho genial e é um dos meus sútras preferidos.

Lembrando; tudo isso é vRitti, instabilidade e só se suprimindo isso chegamos ao Yôga, para Pátañjali.

Amanhã tem mais!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sútras I-5, I-6 e I-7

Prosseguindo com o primeiro capítulo do Yôga Sútra, Samádhi PadaH (Trilha do autoconhecimento):

Aqui Pátañjali começa a falar dos tipos de vRittis com os quais estamos identificados antes de chegar no estado de 'chitta vRitti nirôdhaH' sobre o qual falou em I-2. Se quiser ver os sútras anteriores veja o  post anterior.

Interessante: 'conhecimento correto' é um vRitti. Seja ele obtido "de fora para dentro", isso é, a partir da percepção e de relatos, seja "de dentro para fora" - pela dedução, pois esta se situa na razão, no corpo mental. O pensamento é alimento para a mente se manter instável...

Amanhã postarei os outros quatro tipos de instabilidade.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Sutras I-3 e I-4

Prosseguindo o que foi iniciado ontem, hoje os sútras I-3 e I-4 do Yôga Sútra de Pátañjali, na tradução de DeRose. Se você quer saber o que é isso, por que estou usando essa tradução, ou ler os sútras anteriores, veja o último post.

Então, quando conseguimos acabar com os vRittis (instabilidades), o observador toma consciência de sua própria identidade. Pátañjali opõe aqui instabilidade e identidade, de maneira que a primeira ofusca, oculta a segunda, como uma matéria densa eclipsando algo mais sutil... Quem já praticou um pouco mais entenderá esses sútras de forma diversa de quem nunca o fez.

Amanhã tem mais!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Yôga Sútra de Pátañjali - vamos estudar?

Estava mais uma vez estudando o Yôga Sútra e tive uma idéia: por que não ir postando aqui os sútras na sua ordem, para que todos possamos estudar e refletir juntos? Muitos sútras deste tão importante livro do Yôga só tem sentido se lidos em sequência.

Farei o seguinte: a cada dia postarei dois ou três sútras, na sequência e dexarei ou não o meu comentário. Quem quiser, pode acessar os outros posts para ler os últimos com mais contexto. Utilizarei a tradução do DeRose por dois motivos: ela é a melhor que já tive acesso e tenho em casa. Se alguém tiver/quiser comparar com outras traduções e até indica-las seja bem-vindo a fazer comentário, ok?

Então vamos lá!

O Yôga Sútra é dividido em quatro partes: Samádhi Páda, Sádhana Páda, Vibhuti Páda e Kaivalya Páda.

A primeira parte, Samádhi PádaH (questões de transliteração também serão bem vindas - na presente tradução que tenho em mãos aparece tanto Páda quanto PádaH com o h com pontinho embaixo, indicando o visarga, que estou colocando como H maiúsculo aqui), está aqui traduzida como 'Trilha da Hiperconsciência'.




Esse segundo versículo é talvez o mais famoso de todo o Yôga Sútra e possui traduções bastante divergentes umas das outras. É aqui que Pátañjali define o que ele entende por Yôga e essa definição irá determinar tudo! É interessante pensar que, pelo menos na presente tradução, a definição que o autor dá do próprio Yôga se assemelha com a definição de meditação, ou da intuição linear, para ser mais precisa.

Para muitos autores, chitta é traduzido como mente, aqui ficou como consciência, que é um conceito diferente. VRitti foi aqui traduzido como instabilidade, em outros está como turbilhão, modificações, movimento, estados, impressões e etc. Por essas duas palavras já se percebe como a tradução influencia!

Amanhã postarei os próximos sútras. Aguarde! 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sobre cegueira e egoísmo

Sou judia e durante minha infância e adolescência fiz parte de um movimento juvenil judaico sionista de esquerda chamado Hashomer Hatzair. Devo boa parte da minha formação como cidadã crítica a esse movimento e posso dizer que boa parte dos meus melhores momentos nesta fase ocorreram naquele espaço.

Em 1995 um fato me marcou profundamente: Yitzhak Rabin, o primeiro ministro israelense que assinou o famoso Acordo de Oslo com Yasser Arafat (quem não se lembra do legendário aperto de mãos, com Bill Clinton posando de Papai Noel?), foi assassinado por um judeu israelense de extrema direita. Eu tinha então 12 anos e não conseguia entender o porque desse absurdo. Talvez até hoje não compreenda totalmente. O maior líder da paz neste conflito, prêmio nobel, morto por... um judeu israelense!

Quando, em 2001, Ariel Sharon (conhecido pelos árabes como 'O açougueiro' - ok, eu sei que depois ele fundou o Kadima, mas na época essa era a posição dele), na época membro fundador do partido Likud, foi eleito primeiro ministro, o golpe foi forte demais. Perdi as esperanças, em um certo sentido na própria humanidade. Como um cara desse poderia ser eleito? Por que tantos queriam continuar essa guerra maluca? Por que um povo que sofreu tanta perseguição e discriminação não coloca a paz acima de tudo?

Assim, acabei por me afastar do sionismo e toda a militância e entrei em uma fase um tanto cética e desiludida com relação à própria natureza humana. Será mesmo a natureza do Homem mesquinha, competitiva? Quem está certo, Rousseau ou Hobbes? Eu era nova demais para conseguir relativizar e queria respostas totais.

Um ano depois disso conheci o Yôga e pude me agarrar mais uma vez a algo lindo, que mostrava o lado bom das pessoas. Com o tempo vi que a ética descrita por Patáñjali é um desafio para todos, e que a absoluta maioria dos praticantes não consegue segui-la, incluindo os instrutores! Muitos, depois percebi, nem tentam realmente. Isso mais uma vez me frustrou. Me agarrava aos dizeres do meu antigo mestre, DeRose: "Yôga é uma filosofia perfeita praticada por pessoas imperfeitas".

Sim, somos imperfeitos e sempre seremos. Deus é a abstração da perfeição que se busca como modelo utópico, sempre inalcançável. Mas o que percebi, tanto no caso de Israel quanto no ambiente do Yôga é que para muitos há um belo discurso sobre ética, valores e aprimoramento que é totalmente contradito com as ações na prática! Alguém que teve sua família vítima do holocausto agora se declara no direito de matar, oprimir, pois é o povo escolhido. Alguém que ensina Yôga e se preocupa demasiadamente com a aparência (veja bem, não estou falando que se deva ser um largado), mais do que com a própria prática ou com ética, na minha opinião é um hipócrita.

Em 2012 fui convidada a assumir um cargo de coordenação no movimento juvenil do qual fiz parte. Qual não foi minha tristeza ao ver a falta de apoio que este recebe da comunidade! Ao ver que um grupo que quer educar para a paz e para o diálogo, para a formação crítica e reflexiva dos jovens, tem pouco espaço aqui. Passamos o ano, entramos em 2013 para comemorar 100 anos de existência do Hashomer Hatzair no mundo e isso me dá esperança: se um movimento tão contra a corrente como o Hashomer, que defende a igualdade e a paz conseguiu se manter vivo, talvez esse nosso mundo tenha alguma solução.

No caso da minha tão cara filosofia de vida, percebi que não é todo mundo que quer e se propõe mesmo a segui-la, e isso não é de maneira nenhuma um problema. O Yôga pode ajudar em muito as pessoas a serem melhores e mais felizes em diversos níveis e aspectos - depende do quanto cada um quer e se propõe a mudar. O que eu ensino afeta a vida de meus alunos e muda cada uma de uma forma diferente...

Talvez a natureza do Homem não seja tão cega e egoísta assim.