quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A grande violência


Para finalizar esse mês e com ele nossa reflexão sobre ahímsá (por hora) não posso deixar de falar sobre o consumo de carnes. A maioria das pessoas não para pra pensar no assunto, ou procura defesas mentais como "estamos no topo da cadeia alimentar", ou "faz parte da natureza humana se alimentar de outros animais".


Me desculpe, mas devo responder: NÃO ME VENHA COM CHORUMELAS! Hoje está mais do que comprovado que o ser humano não precisa de carne, vive melhor sem ela (tem muito menos chance de desenvolver câncer, por exemplo), e que realmente está praticando uma violência gigantesca em muitos níveis:
  • Para com aquele animal, que geralmente teve não somente sua morte, mas sua vida pautada por sofrimento;
  • Para com o meio ambiente, já que está mais do que divulgado a quantidade de gases de efeito estufa emitidos por gado, fora o desequilíbrio absurdo gerado pela criação de pastos no lugar de florestas;
  • Para consigo mesmo, já que o corpo humano funciona melhor sem carnes. Eu e mais um sem número de vegetarianos podemos dar nossos depoimentos.

Assisti ontem uma excelente aula com o DeRose (que você pode ver no site do Método DeRose) sobre o tema, e fiquei um tanto revoltada com o discurso de muitos a respeito. É claro que se você sentir a privação destes alimentos como uma auto-agressão também não adianta, mas com certeza dá para no mínimo ter um consumo mais consciente.


E para aqueles que ainda argumentam que isso tudo é uma 'modinha', seguem algumas frases de vegetarianos que influenciaram o mundo em diferentes épocas:


domingo, 28 de agosto de 2011

Kama Shuddhi

A imensa maioria das pessoas se deixa controlar pelo emocional. Todos nós já passamos por momentos em que "perdemos a cabeça", isto é, paramos de agir racionalmente. Eu diria inclusive que esse papo do Homem ser um animal consciente e racional é bem... discutível. Pessoas matam por causa do que estão sentindo. Mentem. Xingam. Mas por que isso acontece?

No âmbito do Yôga se trabalha a limpeza profunda do corpo, inclusive do emocional - que chamamos de Kama Shuddhi. Sentimentos como ódio, inveja, tristeza e ciúme geram toxinas endógenas que conspurcam todos os nossos canais energéticos, literalmente envenenando o corpo de dentro pra fora. Existem muitas técnicas que ajudam nesse processo de limpeza e pretendo falar sobre isso no mês em que abordarei o niyama sauchan (limpeza), mas a questão é: não é melhor evitar sujar?

Um curso que me ajudou muito a entender o mecanismo emocional humano foi sobre esse tema com o querido e fantástico professor Luís Lopes. Com ele aprendi que na raíz de todos os sentimentos pesados está o medo, que nos oprime. Medo de não ser aceito, medo de não ser amado, medo de ficar sozinho, medo de morrer. Se você parar para pensar em pessoas e/ou situações que fazem/fizeram você perder a têmpera, se analisar fundo irá encontrar na base de tudo um enorme medo.

Combatemos isso com sentimentos opostos: amor, segurança, auto-confiança. Sugiro para quem quiser um exercício que faço e que dá muito certo: escolha uma pessoa com quem você teve um atrito grande ou uma situação que não ficou resolvida e gerou algum dos sentimentos citados. Feche os olhos, pense na pessoa/situação e, honestamente, do fundo do seu coração, perdoe. Envie um sentimento bom para quem esteve envolvido - se você pratica faça um pújá para a pessoa. Mas isso tem que ser verdadeiro para surtir efeito. Se for muito difícil, repita durante alguns dias... depois me conte se quiser.

Perdoar é uma das melhores coisas que podemos fazer por nós mesmos. Recomendo!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cenouras em redução de balsâmico

Ingredientes:
  •  1 maço de cenoura (mais ou menos 1kg) limpa e cortada em 4 no sentido longitudinal (se for muito grande corte os talos na metade)
  • 1 colher (sopa) de manteiga
  • 1 punhado de cominho em grão
  • 150ml de aceto balsâmico
  • 50ml de água (ou mais, se necessário)
  • Tomilho fresco (se não houver, substitua por alecrim)
Preparo:

Essa receita pode ser feita de algumas formas, dependendo do tempo que você tiver disponível: quanto mais tempo, mais saboroso ficará. A opção mais gostosa e demorada é no forno, com todos os ingredientes em forma grande, fogo baixo e papel alumínio cobrindo. Demorará por volta de 1 hora - olhe de tempos em tempos para ver se o balsâmico secou e se necessário acrescente um pouco mais d'água.

Se você não dispõe deste tempo, mas tem uns 30 minutos, faça em uma boa panela: derreta a manteiga, acrescente os grãos de cominho e deixe-os fritarem até soltarem seu aroma e sabor. Junte então a cenoura - a orgânica é mais doce e menor, eu indico. Misture bem, deixando a manteiga penetrar na cenoura. Acrescente o aceto balsâmico, a água e deixe cozinhar com a panela tampada, em fogo baixo, até se formar um caldo mais espesso e a água secar. Veja se a cenoura está macia, se não estiver acrescente mais água. Acrescente então o tomilho picado (ou alecrim) e misture bem. Está pronto para servir!

A terceira opção - mais rápida ainda mas um pouco menos saborosa, é fazer na panela mas acrescentar a cenoura já previamente cozida. Fica pronto em 15-20 minutos.

Rende bastante, pode ser consumida como entrada ou acompanhamento. Qualquer dúvida façam um comentário que esclarecerei.

Bom apetite!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vásana - somos seres condicionados

Acabo de retornar do DeRose Festival de São Paulo, onde pude compartilhar de vivências e muita convivência com pessoas maravilhosas. Uma das vivências que tive o privilégio de refazer foi sobre meditação com a querida professora Márcia Cordoni. Em sua explanação sobre nossa consciência e nossa mente pudemos conversar sobre os vasanás e os samskáras, assunto que me lembrou sobre o bate-papo sobre ahimsá deste mês.

Somos condicionados a muitas coisas, inclusive a sermos agressivos desde pequenos. Cada experiência que temos gera consciente ou inconciêntemente uma impressão (samskára) no nosso psiquismo e estas por sua fez compôem maneiras de se comportar, hábitos, condicionamentos... vásanas. Lembro quando pela primeira vez fui apresentada a estes conceitos e como fiquei revoltada ao tomar consciência de que não podemos não ser condicionados. É impossível (a não ser no caso do nirbíja samádhi) eliminar estes registros, então o quão mais conscientes formos deles melhor podemos viver nossa vida e nos relacionarmos com outras pessoas. Podemos gerar condicionamentos novos de maneira consciente - bons hábitos, mecanismos de proteção e defesa saudáveis - fazendo assim os antigos perderem força.

Sobre ahimsá, isso funciona totalmente: mude a chave ao pegar trânsito e pare de ser rude... muitos pais fazem isso na frente de seus filhos e estes acabam reprouzindo de forma automática. Se você for um deles, pense na hora, não aja inconscientemente... a mesma coisa em qualquer situação onde somos agressivos. Pense bem: na realidade não é NUNCA nessessário, mas simplismente a maioria não sabe como se relacionar em outro registro... somos agressivos por termos medo, por insegurança.

Desfaça esse nó dentro de você!

Para quem se interessou e quer mais aprofundamento, indico o curso sobre o assunto ministrado pelo professor Jóris Marengo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nascemos prontos ou somos formados pelo meio?

Conversando com dois alunos muito queridos psicólogos sobre o yama do mês, surgiu uma interessante reflexão que eu gostaria de compartilhar: até que ponto a violência faz parte da natureza humana?

Se quisermos concordar com Rousseau, admitiremos que o homem nasce essencialmente bom e a sociedade o corrompe. Em uma visão mais inatista se dirá exatamente o contrário: as características de uma pessoa já estão presentes em sua essência de maneira latente, istó é, já nascemos com uma personalidade definida. Visões bem radicais e opostas.

Estou agora estudando Vygotsky, que nos dá uma resposta interessante à questão: para ele o homem é um ser social, sendo as características inatas existentes, mas de força reduzida em relação ao fruto das interações com a sociedade. Achei essa perspectiva bem interessante, mas ainda indago: violência está na parte inata ou é fruto das relações? Tendo a ver mais sentido na segunda hipótese, mas gostaria muito de dialogar com vocês.

Essa resposta afeta diretamente a proposta de ahimsa: só é possível trilhar um caminho real de não-agressão se esta não fizer parte da nossa essência.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pránáyáma: ferramenta poderosa para se gerenciar o emocional

Aproveitando a frutífera discussão sobre o yama do mês, e pensando em como podemos melhorar nossas relações humanas e ao mesmo tempo não gerarmos uma auto-violência, trago uma sugestão para aqueles que "perdem a cabeça" no cotidiano e acabam deixando emoções como ódio, ansiedade e medo tomarem conta. Respire. Só isso? Bem, é relativo...

Muitas vezes deixamos essa função involuntária do corpo de lado, e como resultado temos um descontrole que acaba resultando para muitos em falta de ar. Falta de ar? Com toda a atmosfera sobre nossas cabeças, se pararmos para pensar é bastante estranho que se possa ter tal sensação. O que acontece é que a maneira como respiramos está intimamente ligada ao nosso estado emocional. Já reparou como a respiração da mocinha no filme de terror é arfante, curta, com o tórax subindo e descendo rapidamente? Ela está com medo... entendemos tal referência das telas intuitivamente.

Agora, que tal invertermos o processo? Ao invés de deixar nosso estado ditar como respiramos, e se transmutássemos nosso emocional através da respiração? Faça o simples teste no seu dia-a-dia: em situações potencialmente estressantes e desestabilizantes procure parar e respirar bem fundo, mais lentamente, soltando o ar aos poucos. Para quem já pratica Yôga isso muitas vezes é automático e simples, sendo acrescentados ritmos, mentalizações e etc. Mas mesmo quem não conhece os pránáyámas pode perceber os efeitos de uma respiração consciente e oxigenante sobre o emocional.

Hoje em dia utilizo essa técnica todo o tempo, auxiliando uma desintoxicação emocional e gerando as sensações que eu desejo... tranquilidade no trânsito de São Paulo, confiança para encontrar alguém intimidante, alegria a qualquer momento... esse é o efeito dos pránáyámas!

domingo, 14 de agosto de 2011

Arroz com passas, brócolis e tomate cereja


Ingredientes:
  • 2 xícaras de arroz (pode ser branco, cateto com vermelho ou 7grãos)
  • um punhado de uvas passas escuras
  • 300g de brócolis ninja lavados e cortados em pequenos buquês
  • 3 ou 4 dentes de alho amassados
  • 15 tomates cerejas cortados ao meio
  • azeite extra-virgem
  • sal
  • pimenta do reino
  • salsinha fresca picada ou alecrim para finalizar.
Modo de preparo:

Cozinhe o arroz com as uvas passas e já com um pouco de sal. Gosto muito dessa receita com o arroz 7 grãos. Siga as instruções de tempo para o tipo de arroz que tiver escolhido. Em outra panela, ou uma frigideira funda ou uma wok, aqueça 3 colheres (sopa) de azeite em fogo baixo, junte o alho e deixe dourar por uns 2 minutos. Acrescente os buquês de brócolis, o sal e a pimenta. Aumente o fogo, adicione 100ml d'água e deixe a panela tampada por 3 minutos ou até a água secar. Misture bem, acrescente mais um fio de azeite e os tomatinhos cortados. Mexa bem por mais 3 a cinco minutos e desligue o fogo. Junte o arroz cozido, misturando delicadamente. Salpique a salsinha ou o alecrim. A salsinha dará um gosto mais brasileiro, o alecrim, masi mediterrâneo ao prato. Quanto mais fresca a erva melhor.
Sirva acompanhando uma torta, quiche, purê de abóbora ou mesmo um grão como o Chana dahl.

Dica: Você pode substituir o alho por alho poró para um paladar mais delicado.

Bom apetite!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Agora vamos praticar ética!

"Há os que levantam e fazem e há os que sentam e choram". DeRose
Falei sobre ética em post recente, agora convido a todos os leitores para sair da teoria. Uma das síndromes da Era intelectual é a dissociação entre discurso e praxis - muito falatório bonito e uma incorrespondência com as ações e atitudes do indivíduo. Pois bem, tratemos de mudar esse paradigma agora! Minha propósta é fazer a experiência de um yama/niyama por mês: escreverei minha visão sobre o preceito ético e quem quiser pode passar o mês observando a si mesmo em tal aspecto e através dos posts trocamos experiências e criamos um fórum de discussão!

Começarei essa experiência com ahimsá - a não-agressão. Se você não conhece como esse conceito é desenvolvido no contexto o Yôga leia o Código de Ética do Yôgin. Por princípio não irei ficar copiando e colando informações que já circulam na internet, pois meu objetivo aqui não é gerar conteúdo vazio e sim possibilitar reflexões a partir de minha experiência à luz de conceitos e temas que considero relevantes. Portanto meus posts sempre terão links para os assuntos dos quais estou tratando.
No caso desse yama sugiro a leitura de post correlato no blog da Unidade Asa Norte, que sussita muito bem essa reflexão que quero fazer: o quão conscientemente nos relacionamos com os outros? Falar da não-violência é quase esteriotipado no Yôga e na Índia, mas até que ponto estamos aplicando isso à nossas vidas e em quais níveis? A agressividade está presente, mais ou menos em todos os indivíduos, e é considerada necessária pela maioria para a sobrevivência: precisamos ser agressivos dentro da estrutura social capitalista para existirmos no mercado e nas relações. Será?

Eu particularmente tenho dificuldade de ver esse conceito aplicado. Não gosto de ser agredida e não faço com os outros o que não quero que façam comigo. Admito que em muitas situações é preciso ser firme e se impor, mas isso não é sinônimo de ser violento!
Esse mês vamos observar? Agressão com a natureza - animais, plantas, com o planeta em geral; agressão com outras pessoas - muitas vezes que amamos; e sobretudo auto-agressão. Espero os relatos e pensamentos de todos!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O velho tema do Guru picareta...

No último final de semana  resolvi celebrar o cinema nacional assistindo à última comédia de Hugo Carvana (diretor dos ótimos Vai Trabalhar Vagabundo e Se Segura Malandro) Não se preocupe, nada vai dar certo! com Tarcísio Meira. Confesso que, apesar da canastrice do protagonista dei boas risadas e pude desfrutar da ótima atuação de Gregório Duvivier, encarnando o filho do primeiro. O filme é leve e despretencioso, nada profundo, mas cumpre o que promete: uma sessão de entretenimento. Esperava mais por conhecer os outros trabalhos do diretor, mas a música de Edu Lobo ao final salvou a pátria.

Uma questão ficou para mim no entanto: na história narrada a personagem Lalau Velasco (Gregório Duvivier) se faz passar pelo Guru Bob Savananda, papa transcedental esteriotipado que ganha milhões falando asneiras revestidas de oriente. Lembrei na hora do longa O Guru do Sexo, que trabalha muito melhor semelhante tema. Afinal, a imagem do Guru é realmente distorcida no ocidente, dando margem para o ícone repetidamente explorado nas telas. Uma pena.

Em hindi - uma das linguas oficiais da Índia, derivada do sânscrito - a palavra Guru significa literalmente "aquele que tira das trevas" e designa todo o tipo de professor; seja de música, matemática, filosofia ou qualquer outra coisa. Existe sim tanto na cultura indiana como em outros países do oriente como o Japão uma valorização, que considero muito bonita, desta personagem social: os professores, por possuirem o importante papel de transmissão do conhecimento, tem grande status social e são 'cuidados' pela sociedade: todos os respeitam e preservam. Como seria bom se assim fosse em nossa sociedade!

No século XX a cultura indiana se tornou pop: de repente os Beatles cantavam Jay Guru Dêva ÔM e a Madona executava ásanas no palco. Isso gerou uma onda frenética de turistas para esse país que buscavam redenção, espiritualidade, transcendência. A Índia, miserável após séculos e séculos de invasões, exploração e depois colonização não deixou de aproveitar o surto: a expressão "pra inglês ver" surge daí. O que é vendido para o ocidente muitas vezes é apenas o que os turistas cheios de dólares desejam encontrar - o esteriótipo - e a cultura propriamente dita na maioria das vezes é preservada de olhares estrangeiros. Não os culpo, mas está aí a origem do Guru picareta e aproveitador que se formou no nosso imaginário. Eu, como guru que sou fico triste... ensinar é algo tão lindo e edificante... seria bom se o ocidente pudesse absorver outras coisas da terra do sol nascente!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Vamos falar sobre ética?

Tal como as artes marciais, a imagem que a grande maioria das pessoas tem do Yôga é muito superficial e parcial: as técnicas são divulgadas e praticadas em academias de ginástica, clubes, programas de tv sobre qualidade de vida. Enquanto no karatê, kung fu e jiu-jitsu se olha apenas para a luta esquecendo-se de todo o intenso trabalho energético feito, no caso desta filosofia milenar indiana se olha para ásanas, pránáyámas, meditação. O que a maioria esquece - e nisso incluo muitos 'professores' de ioga que já conheci - é que Yôga é considerado um dárshana: uma lente pela qual se pode enxergar a realidade que foi incorporada à cultura hindú. Yôga é uma filosofia de vida, uma maneira de ser no mundo, e isso é muito mais amplo do que movimentos, respirações e concentração.

Um dos pilares de alicerce da prática são os yamas e niyamas: um código de ética amplo e muito interessante, que infelizmente é pouco conhecido pela maioria ocidental. Este é importantíssimo na Índia (conhecemos bem o exemplo de Mahátma Gandhi com ahimsá - o princípio da não agressão), e deveria ser obrigatório para aqueles que se propõem a investigar esta filosofia sériamente, e no mínimo divulgado melhor para os leigos. Afinal quem não deseja uma vida pautada pelo contentamento, a limpeza, a verdade e a superação de si mesmo? Que delícia seria viver em uma sociedade onde se tivesse por princípio aversão à violência de qualquer grau, e as pessoas pudessem olhar mais para dentro de si! Vou dissertar sobre estes e outros em posts próximos. 

Yôga além de transmutar o corpo, a mente e a emoção pode nos fazer melhores no relacionamento humano. Muitas vezes meus alunos me indagam se eu faço Yôga todos os dias. Respodo: faço sim, todos os segundos!

domingo, 7 de agosto de 2011

Uma sequência de ásanas

Como havia prometido, segue uma sugestão de sequência balanceada para aqueles que querem uma inspiração. Esta série pode ser feita tanto por um iniciante como por um praticante avançado. Para adequá-la ao seu grau de adiantamento, basta escolher a variação mais ou menos intensa no consultor de ásanas ou em um bom livro sobre o assunto (indico o Tratado de Yôga do educador DeRose ou o Técnicas Corporais do Yôga Antigo Melina Flores). Além disso, os mais antigos podem sempre acrecentar mentalizações e pránáyámas que conhecerem. É porem importante frisar que o praticante deve sempre ter em mente as regras gerais de execução para que essa experiência seja efetiva e segura, sendo assim desaconselhável fazer esta sequência se você nunca participou de uma prática. Se esse for o seu caso, leia o último post e se quiser mande-me um e-mail para que eu possa orientá-lo.

Sequência sugerida:
  • Pakshásana
  • Nitambásana
  • Angushtásana
  • Upavishta Kônásana
  • Bhadrásana
  • Matsyêndrásana
  • Chatuspádásana
  • Bhujángásana
  • Uttána Chatuspádásana
  • Yôgásana
  • Invertida (Sírshásana ou Saravangásana)
Elaborei esta sequência pensando nas técnicas encadeadas coreograficamente - característica importante e que adoro no SwáSthya. Quem tiver qualquer dúvida é só postar um comentário.

Boa prática!


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ásana - poesia feita com o corpo

"ÁSANA

A magia do movimento
Que enleva o Espírito
Num apelo à beleza,
Criando obras de arte corporal,
Gerando esculturas viventes,
Brotando umas das outras,
Encadeadas por um sutil fio de continuidade
E de harmonia indescritível!

Assim como o escultor, 
Desbastando o bloco de pedra fria
Faz surgir a obra prima que em seu interior jazia,
Da mesma forma o yôgin se transfigura e deixa aflorar obra e artista na execução coreográfica dessa dança milenar.

Isso é Ásana!"
(Extraído do livro Tratado de Yôga)

As técnicas corporais do Yôga estão longe de ser a sua parte mais importante, mas com certeza é o feixe de técnicas mais popular e por muitos praticantes considerada o cerne da prática. Isso se deve ao fato de que as outras diversas técnicas - mudrá, pújá, mantra, pránáyáma, entre outras - não podem ser fotografadas de maneira clara: veríamos  apenas uma pessoa parada, sentada ou deitada, muitas vezes com os olhos fechados. No caso dos ásanas vemos o que já foi chamado de uma prece feita com o corpo, a transformação do praticante em uma belíssima escultura feita de carne, osso e práná (energia). Ora, isso é fascinante mesmo para aqueles que não conhecem nada desta filosofia!
Ao falar isso não quero dizer que as chamadas "posições" do Yôga (não diga pose, é uma má tradução do inglês) não sejam fundamentais para a evolução do aluno, pelo contrário: elas possibilitam a realização de todo o resto do sádhana (prática) de maneira efetiva, e além disso são uma delícia de fazer!

Observe fotos de ásanas e perceba o prazer, a felicidade que eles transmitem! Para os leigos que tiverem ao ler este post vontade de experimentar estas técnicas, indico a Prática Básica do Mestre DeRose, disponível em audio, em livro (tanto descrita como em imagens), pôster ou dvd em todas as escolas credenciadas pela Uni-Yôga, ou ainda em dowload no site do Método DeRose.
Importante: os iniciantes deve tomar cuidado para balancear sua prática. Sugiro que antes de praticar sozinho, se assista à webclasse sobre o tema.

Em um próximo post sobre o assunto, a pedidos de uma aluna querida, fazei uma sequência para iniciantes - para aqueles praticantes que estão longe de suas escolas e gostariam de sugestões. Fique ligado!


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Chana Dahl (Grão de bico indiano)

Ingredientes:
  • 500g de grão de bico seco
  • 2 cebolas médias picadas
  • 500g de tomate maduro em cubinhos
  • óleo de canola
  • cominho em grão
  • folhas de louro
  • gengibre fresco descascado e picado
  • páprika picante
  • açafrão
  • sal
  • azeite extra-virgem (para finalizar)
Modo de Preparo:

Cozinhe o grão de bico com água e sal. Na panela de pressão vai mais rápido, mais ou menos 20 minutos, mas caso não queira usá-la deixe os grãos de molho em água bem quente por pelo menos seis horas e cozinhe por mais cerca de 1,5-2 horas em panela bem grande, com bastante água. Em outra panela funda esquente óleo em fogo alto - o suficiente para cobrir totalmente o fundo da panela. Coloque 2 ou 3 folhas de louro e um punhado de cominho no óleo (se estiver bem quente o cominho irá crepitar), espere 20 segundos e acrescente o gengibre picado - a quantidade dependerá do quão picante você deseja o prato. Mexa bem por 1 minuto e acrescente a cebola picada. Abaixe o fogo, e deixe a cebola fritar até ficar levemente dourada, mexendo de vez em quando. Junte então o tomate em cubos. Na Índia não se tira nem a casca nem as sementes do tomate, mas se você quiser uma opção mais leve, use tomates pelados. Misture bem, adicione a páprika e o açafrão a gosto (se quiser, substitua o açafrão pelo curry em pó), e deixe o tomate cozinhar com a panela tampada por aproximadamente 15 minutos ou até o tomate derreter. Verifique durante esse tempo se é necessário colocar um mínimo de água para não queimar. Quando um molho estiver formado junte enfim o grão de bico cozido ao molho, salgue mais se necessário e deixe em fogo baixo a mistura por mais 5-10 minutos para pegar gosto. Desligue o fogo e sirva com um fio de azeite.

Rendimento: 5 porções

Essa receita pode ser consumida como prato principal, acompanhada de pão, ou acompanhada de arroz e os legumes de sua preferência.

Bom apetite!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Receita Vegetarianas!

Nesse blog quero criar uma biblioteca de receitas vegetarianas gostosas, que desmistificam a imagem deturpada que muitas pessoas tem sobre a alimentação sem carnes. Ser vegetariano não significa comer só alface e muito menos somente alimentos feitos com soja. Eu particularmente não gosto de soja; a menos que seja muito bem temperada e seu sabor disfarçado, ela é insossa e possui uma textura estranha, além de ser bastante indigesta. Nem por isso sou desnutrida ou anêmica - pelo contrário!

Ser ovo-lacto-vegetarianano pode ser uma esperiência plena de cores e sabores, onde além de fazermos um favor ao nosso organismo também contribuímos com o meio-ambiente - uma atitude sustentável!

Um livro muito rico e interessante sobre o assunto é Alimentação vegetariana: chega de abobrinha!, do Educador DeRose. Neste, o tema é abordado de maneira leve e bem-humorada, sendo posto abaixo muitos tabus e ainda há diversas receitas deliciosas!

Aguardem as receitas. Estou aberta para sugestões!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

SwáSthya Yôga na FAU!

Em agosto as aulas de SwáSthya que estavam ocorrendo dentro do Caracol da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP retornarão!

Fique ligado: terças e sextas, das 12h15 às 13h10.

Valores:
Mensal - R$80,00
Aula avulsa - R$15,00

Traga um colchonete ou toalha, uma roupa confortável e vamos praticar!