sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Palavra é mantra?

Quando comecei a praticar Swásthya Yôga me encantei pelos mantras desde o primeiro dia. Logo depois de me inscrever na escola, fui informada e convidada para o grupo de mantras que lá ocorria uma vez por semana. Não tinha muita idéia do que se tratava, e me sentei, curiosa, naquela pequena roda com alguém tocado violão, o instrutor tocando derbak e mais três ou quatro alunos que pareciam saber o que estavam fazendo.
 
Lembro como se fosse hoje: o primeiro mantra que vocalizamos - eu com a ajuda de letra e dos colegas - foi Shambhô Mahádêva, um kírtan (mantra de caráter extroversor, alegre, feito geralmente de olhos abertos e acompanhado por instrumentos musicais e a percussão das mãos, em pronam mudrá dinâmico) que depois ficou martelando na minha cabeça por dias.
 
Minha paixão pelo Yôga com toda a certeza se deve em parte aos mantras: como algumas palavras em uma língua morta, acompanhadas de melodia e palmas surte um efeito tão grande! Quando conheci outros tipos de mantra, como o japa (mantra monotônico, introversor, geralmente composto pela repetição de um um único fonema), aumentei ainda mais meu fascínio, pois pude experienciar efeitos ainda mais profundos e intensos.
 
Mas afinal, onde reside a força dos mantras? Vou deixar para a net as definições básicas do que é mantra e me ater na reflexão sobre seu papel e importância. Fico apenas com uma explicação lacônica para começar: mantra é poder.
 
Não por acaso os mantras são sempre feitos em uma língua morta - no caso do Yôga, o sânscrito - afinal as línguas vivas estão em constante mudança, e parte da força dos mantras está na sua repetição exata ao longo dos séculos. Mantra é assim a palavra (ou som) que não muda, e assim ecoa com cada vez mais força em um determinado setor do inconsciente coletivo.
 
Um dizer comum no Yôga é "Palavra é mantra!", que significa que as palavras tem força e o que é dito não pode ser ´desdito´. Ora, isso é algo tão importante de se pensar hoje! Qual é a força das palavras? De um lado temos a mídia que espalha ´verdades´ sem comprovação, que, por mais falsas que sejam, geram consequências. De outro lado temos as redes sociais, onde tudo é dito e copiado e quase nada tem real importância (ou tem?).
 
Vivenciamos uma época onde há liberdade de expressão como nunca antes e ao mesmo tempo há um profundo descomprometimento com o que é falado. Citações de grandes pensadores? Temos de monte no facebook, twitter e cia, sem saber ao certo de alquela pessoa realmente disse aquilo, e em qual contexto. As pessoas promentem aos outros e a si mesmas coisas que sabem que não irão cumprir. E assim as relações se moldam...
 
Tive um aluno, muito querido, que tinha problemas com a palavra. Explico: no afã de agradar e no impulso de se incluir no que o empolgava, muitas vezes ele se comprometia com mais do que podia e falava que iria fazer muito mais do que efetivamente fazia. Assim, quando esse aluno falava qualquer coisa, ninguém realmente acreditava e alguns nem mais ouviam. A palavra tinha perdido sua força.
 
Uma prática que não é normalmente usada no Swásthya mas que pode ser interessante se for feita da forma certa é o mauna, silêncio. Alguns monges passam meses sem pronunciar uma sequer palavra, em voto de mauna. Eu, como sou de tradição tântrica, vejo no mauna um exercício de auto-estudo (swadhyáya), observação e auto-conhecimento. Experimente passar algumas horas em silêncio. Talvez, se não for penoso, um dia. Observe o que acontece posteriormente quando você tornar a falar.
 
Palavra pode ser mantra e é maravilhoso quando ela o é. Pena que hoje, isso é raro.

domingo, 18 de novembro de 2012

Mudança de foco

Quando fiz esse blog, tinha a intenção de manter uma comunicação quase diária com meus alunos e todos os interessados em Yôga, arte e educação. Os primeiros dez meses seriam destinados a uma imersão crítica nos yamas e niyamas do Yôga, sendo cada mês destinado a um deles para que se pudesse mergulhar mais profundamente na reflexão de se e como podemos aplicar estas diretrizes éticas nas nossas vidas, se elas fazem sentido no século XXI, na sociedade capitalista ocidental.

Bem, talvez eu tenha sido um pouco ingênua, imaginando que houvesse uma manifestação maciça de comentários em todos os posts sempre e que o debate - que pra mim é tão fundamental e interessante - naturalmente atrairia um publico. Errei e acertei ao mesmo tempo. Errei ao pensar que quem lê sempre se manifesta - pelo contrário, na maioria das vezes não - mas acertei quanto ao fato de haver pessoas interessadas nesse fórum sobre uma revisão e questionamento da vida e do Yôga na vida. Me equivoquei também no que se refere ao número e a rapidez da repercussão do meu trabalho - este onde divulgo apenas no meu site, no meu facebook e entre meus alunos.

Assim, com o passar do tempo e o surgimento de muitos projetos na vida real, fui deixando essa plataforma virtual para segundo plano, confesso que um pouco desestimulada pela pouca repercussão do blog - afinal 12mil visitas em 14 meses para internet é considerado pouco. Foi então que hoje, ao abrir meu email, recebi o comentário de Francisco Barreto.

Francisco, quero lhe agradecer. Seu comentário me motivou a escrever esse post e com ele mudar um pouco o foco deste blog: esse espaço continuará existindo e será por mim alimentado de reflexões e informações (as primeiras mais importantes que as segundas, afinal, na era da informação qualquer Wikipédia resolve seu problema. A questão é o que fazemos com tanta informação disponível...) não somente sobre o Yôga em si, mas a respeito de tudo o que o circunda - isto é, sobre o ser humano e sua relação com o sigo e com o mundo.

A periodicidade, entretanto, será variada: se houverem pedidos de posts, perguntas ou acontecimentos que suscitem debate e discussão, mais posts serão feitos. Se não, menos posts. As receitas continuarão sendo postadas de tempos em tempos e de vez em quando alguma reflexão minha e avisos de encontros, horários novos de aulas e etc. Agora, a prioridade está nos encontros de Yôga que eu promovo, na prática, nos estudos - enfim, na vida real.

Penso cada vez mais que as pessoas que mais se interessam pelo que escrevo aqui talvez sejam um tanto quanto contra a corrente e não baseiem a maioria de suas vidas na internet, como tantos fazem hoje em dia (me corrijam se eu estiver errada). Eu mesma, sinceramente, me sinto um tanto deslocada neste mundo de rapidez, competitividade e resultados que estamos inseridos... afinal, 12 visualizações dos meus post não é pouco para mim! Significa que o que estou compartilhando aqui de alguma maneira faz sentido para vários!

Que esse fórum seja uma ferramenta de apoio para coisas legais que possamos fazer, juntos ou não.

domingo, 14 de outubro de 2012

Lasanha de abobrinha da Juju

Essa é uma de minhas especialidades, que fui aprimorando e hoje considero que é uma das minhas receitas mais gostosas! Dedico aos meus queridos primos Ricardo e Vivian.

Ingredientes:

Molho:
  • 2 colheres (sopa) de azeite
  • 800g de tomates maduros picados rusticamente
  • 1 cebola grande picada
  • 1 colher (sopa) de alcaparras
  • 1 vidro (300ml) de leite de coco
  • 300g de champignon fatiado (em conserva ou fresco)
  • 1 colher (sobremesa) de manteiga
  • 1 pimenta dedo de moça picada (opcional)
  • 1 colher (sopa) de chimichuri
  • Páprica picante a gosto
"Massa":
  • 3 abobrinhas italianas médias, fatiadas finamente no sentido longitudinal
  • Azeite para grelhar a abobrinha
  • Sal a gosto
  • Pimenta do reino a gosto
Outros:
  • 400g de mussarela fatiada
  • Batata palha para acompanhar


Modo de preparo:

Molho:

Em uma panela média, aqueça o azeite.  Junte as alcaparras e a pimenta dedo de moça (se estiver usando) e refogue por 1 minuto. Se você quiser o sabor dessa pimenta mas não sua picância, não utilize as sementes. Acrescente então a cebola picada, mecha e deixe-a refogar até ficar levemente dourada. Junte então os tomates picados e a páprica. Misture bem e deixe cozinhar com a panela tampada por 5 minutos.

Enquanto isso, derreta a manteiga em uma frigideira e junte o champignon. Mantenha em fogo médio por alguns minutos, mexendo sempre, até que as fatias de champignon fiquem levemente douradas. Se estiver usando o cogumelo fresco - que por sinal é mais saboroso - ele irá soltar água. Deixe então em fogo algo até a água secar. Reserve.

Após os 5 minutos, verifique se os tomates começaram a 'derreter', formando um molho rústico, com ainda alguns pedaços e bastante caldo. Acrescente o chimichuri, misture bem e deixe tampado mais 2 minutos. Se então o molho já estiver formado acrescente o sal, junte o champignon na manteiga, misture por mais 1 minuto e então adicione o leite de coco. Misture mais 1 minuto e prove para testar os temperos. Se necessário coloque um pouco mais de sal, chimichuri e/ou páprica. Desligue o fogo e reserve.

"Massa":

Em uma chapa ou frigideira bem larga coloque um fio de azeite e as fatias de abobrinha que couberem lado-a-lado. Por cima de cada fatia salpique uma pitada de sal e pimenta do reino e mais um fio de azeite. Deixe dourar e vire as fatias. Quando os dois lados estiverem dourados retire as fatias de abobrinha da chapa (ou frigideira), Já colocando-as no recipiente (um pirex ou refratário, de preferência retangular) onde será montada a lasanha de maneira que formem uma camada de abobrinha (como se fosse a massa). Repita a operação até acabar  a abobrinha ou montar a lasanha.

Montagem: 

Deixe o forno pré-aquecendo em temperatura média.

Depois de formar uma camada com a abobrinha, espalhe uma fina camada do molho sobre a "massa". Por cima das duas camadas uma camada de mussarela e por cima da mussarela mais uma camada de abobrinha. Continue intercalando até encher o recipiente, sendo que a última camada deve ser de queijo ou de molho, nunca de abobrinha. Leve ao forno então, mantendo a temperatura média, por cerca de 25 minutos. Sirva com a batata palha por cima ou em um pote a parte.

Rende uma lasanha que alimenta bem 5 pessoas, ainda mais se estiver acompanhada de arroz soltinho, seu melhor complemento além da batata palha.

Bom apetite!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

José, para onde?

"Caminante, no hay camino. El camino se hace, golpe a golpe, verso a verso".
António Machado


Fiz esse vídeo-poesia no final do mês de junho, e várias vezes tentei em vão colocar aqui no blog. Sempre dava algum problema no upload. Muito bem, quase 4 meses depois finalmente está aqui: Caminhos e andares. Uma reflexão poética que fiz sobre os nossos passos. Talvez o fato de ter conseguido fazer o upload agora tenha algum significado... ou não. Quem sabe?

Compartilho então com vocês e prefiro falar pouco a respeito para que cada um tire suas impressões e sensações desta poesia audiovisual. Afinal, poesia não é para ser explicada; cada um tira dela o que lhe reflete.

Adoraria ler impressões, ou mesmo responder a perguntas.

Espero que gostem.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um gesto vale mais que mil palavras

Nesta última semana dei para uma de minhas turmas aulas especiais sobre mudrás. Fazia algum tempo que eu não dava enfoque neste anga e foi tão gostoso passar esse conhecimento e me ater por mais tempo aos gestos feitos com as mão que acabei por dar a mesma ênfase na minha prática pessoal em casa.

Não ficarei neste texto explicando o básico sobre mudrás, pois existem muitos bons textos pela internet fazendo isso. Dentre eles, recomendo o do Blog da Eveline Baldan que além de uma excelente explicação possui imagens muito boas, o próprio texto da Wikipédia, que coloca a descrição de forma mais histórica e abrangente, e mesmo o do Saindo da Matrix, que traz informações curiosas, apesar das imagens pessoalmente não me agradarem.

Realmente, é no mínimo curioso que algumas pessoas se mostrem tão céticas quando falamos em magnetismo nas mão ou reflexologia, sendo que essas mesmas pessoas aceitam a acupuntura com naturalidade. Ora, a acupuntura se baseia nas conexões entre meridianos energéticos - que no Yôga chamamos de nadís - a partir de pontos onde a energia se concentra - o que no Yôga chamamos de chakras.

Não por acaso, o magnetismo dos mudrás provém exatamente do fato de que em cada palma da mão possuímos cerca de 35 chakras que, conectados de diferentes formas, farão com que a nossa energia circule de formas diferentes e produza efeitos diversos. Simples assim.

Talvez alguém ainda me fale: puro efeito da sugestão, é tudo emocional! Bem, tudo não, mas concordo que as emoções podem emergir de uma vivência de mudrás. Faça o teste com um dos mudrás mais conhecidos e reproduzidos do planeta: una as palmas de suas mão uma a outra e coloque ambas à frente do peito (não precisa pressionar as mão contra o peito!). Feche os olhos e observe:
  1. As sensações físicas, nas mãos e no resto do corpo;
  2. Se você sente algum tipo de emoção específica;
  3. Se você sente alguma vontade específica;
Esse gesto é chamado no Yôga de prônam mudrá, e está presente nas mais diversas culturas, muitas vezes com significados diferentes. Surgiu em tantos lugares do mundo muitas sem que houvesse comunicação estre esses. Porquê será? Como podemos explicar que existam gestos intuitivos ao ser humano, praticamente universais, sem pensar que há algo especial nos toques das mãos (seja no nível simbólico ou energético) que fazem esses gestos existirem?

Para aqueles que ficaram curiosos e gostariam de conhecer alguns mudrás, além das referências que eu citei acima, recomendo os vídeos feitos pelo Marco Carvalho, que mostra de forma bastante didática como fazê-los.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Prátyahára


Em setembro coloquei como anga do mês prátyahára. Alguns que conhecem um pouco mais do Swásthya Yôga podem achar a minha escolha um tanto estranha, já que os angas que compõem a prática do Swásthya não contém prátyahára como anga.

Na verdade prátyahara - isto é: abstração dos sentidos exteriores - está presente em toda a prática e pode estar em todos os outros angas. Prátyáhára, mais do que anga é um modo de vivenciar o Yôga e a si mesmo.

Enquanto os yamas e niyamas são a fundamentação ética, o prátyahára é uma ferramenta de aprimoramento, que hoje em dia pode ser também vista como uma forma de nos defendermos da constante poluição e excesso a que somos submetidos o tempo todo.

Para finalizar essa breve reflexão sobre o porque abstrair os sentidos exteriores, lembro de algo que falo muitas vezes para meus alunos no início da prática, quando estes estão em shiva mudrá, começando a se aquietar: o mundo lá fora continuará a girar freneticamente. Ruídos, cheiros, luzes e vento continuarão a existir e se intrometer na sua concentração - se você assim o deixar. Cabe a você parar o Mundo externo para assim poder enfim mergulhar totalmente no seu Universo interno.

"O mais denso eclipsa o mais sutil" 
De Rose

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Bolo de aveia e chocolate coberto com chutney de côco

Esse bolo está no livro Gourmet Vegetariano, de Rosângela de Castro. Fiz algumas mudanças sutis na receita e inventei o chutney, pois achei o bolo um pouco seco para o meu gosto. Ficou perfeito! Com as mudanças que fiz é só você substituir a manteiga por óleo para virar um bolo vegano.

Ingredientes:

Bolo
  • 1 1/2 xícara de leite de côco 
  • 1/2 xícara de manteiga
  • 1 1/2 xícara de açúcar demerara (na receita original está cristal ou mascavo)
  • 2 colheres (sopa) de cacau em pó (tipo o do padre)
  • 2 colheres (chá) de canela em pó
  • 2 colheres (chá) de fermento em pó
  • 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
  • 2 xícaras de aveia prensada ou flocos grossos
  • 2 xícaras de farinha de trigo comum
Chutney
  • 1 colher (sopa) de mel
  • 2 colheres (sopa) de açúcar
  • 1/2 xícara de leite de côco
  • 400g de côco fresco ralado
  • 1 pedaço médio de gengibre fresco ralado
  • cravo da índia a gosto

Modo de preparo:

Bolo
  1. Unte e enfarinhe uma forma de tamanho médio.
  2. Dissolva a manteiga no leite de côco amornado. Coloque a mistura em uma vasilha grande.
  3. Junte o açúcar, o chocolate, a canela, o fermento e o bicarbonato. Misture bem.
  4.  Acrescente a aveia e a farinha e bata até a massa se tornar homogênea e levemente aerada. Se não tiver batedeira, ajuda bastante se você tiver um fouet (eu bati com ele).
  5. Despeje a massa na forma e leve ao forno em temperatura média por aproximadamente 50 minutos. Faça o teste do palito para se certificar se está assado.
Chutney
  1. Faça o chutney quando o bolo estiver esfriando.
  2. Em uma panela derreta o açúcar com os cravos em fogo médio até formar uma calda. Acrescente o mel e misture.
  3. Junte o gengibre fresco ralado (a quantidade vai depender do quão ardido você quer o chutney) e mexa bem, deixando-o soltar água.
  4. Junte o côco fresco ralado, mexa por mais um minuto.
  5. Adicione o leite de côco, misturando por mais dois minutos em fogo baixo. Desligue então o fogo.
  6. Desenforme o bolo já frio ou morno  e espalhe o chutney ainda quente. Assim a calda penetra mais na massa.
Rende um bolo médio, ótimo para comer com café ou até de sobremesa, junto com sorvete.

Bom apetite!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ética que transcende as culturas

Ontem meu namorado comentou que havia acompanhado uma conhecida quando esta ia a um ashram na zona sul de São Paulo. Estava acontecendo uma palestra com um guru vindo da Índia e ele, curioso, resolveu ficar para assistir. Me contou que, apesar de o ambiente ser bastante místico, com uma abordagem à filosofia bem diversa daquela dada no Swásthya Yôga, ele achou muito interessante o que aquele guru importado falava e me contou algumas coisas. O tema era precisamente yamas e niyamas e muito do que foi conversado é bastante semelhante a posts colocados aqui.

Eu não estava lá, mas refleti bastante sobre o que meu namorado contou e resolvi escrever aqui. Existem valores éticos que transcendem contexto, época e grupos sociais. Valores universais, que farão sentido e ecoarão em qualquer ser humano, independente da etnia, crença ou criação familiar. Estão explicitados por Patáñjali no Yôga Sútra, mas também estão na Torá, na Bíblia e em muitos outros documentos de conduta de sociedades. Não a toa, em sua maioria se repetem, com poucas mudanças: entre os yamas e os 10 mandamentos não roubar é praticamente igual, não matar se transforma em não-violência, não-possessividade em 'não cobiçarás a mulher do próximo'. É interessante ver as semelhanças e analisar as diferenças, onde, aí sim, penso que reside a marca de cada cultura.

Hoje li no Facebook a história de uma moça que transformou o dia do aniversário de um menino de rua comprando-lhe um bolo e dando-lhe parabéns. Para além de tábulas de lei ou códigos de ética: ações como essa ressoam no coração de qualquer Ser Humano como algo bom, lindo, edificante.

Não é, assim, necessário se ler e estudar ética para que esta possa ser praticada. Ela é inerente a cada um de nós. Uma escolha e uma postura perante a vida.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sobre o fundamentalismo

No sábado dia 11, após a linda vitória do nosso vôlei feminino, assisti a uma entrevista do técnico Zé Roberto que, ao ser perguntado a respeito do futebol (que perdera na final), disse mais ou menos assim: "Hoje em dia no Brasil futebol é religião. Vôlei ainda é esporte, e como esportistas, e não como deuses trabalhamos duro".

Realmente, é muito fácil se mitificar e tornar quase uma seita religiosa as egrégoras das quais participamos. Principalmente aquelas com as quais possuímos primordialmente uma conexão emocional. Isso é evidente no futebol brasileiro, e também ocorre em partidos políticos, correntes filosóficas, correntes de alimentação e até em empresas. Todo o grupo que o faz 'vestir a camisa' e lutar por seus ideais de maneira indiscriminada e acrítica possui a tendência a levar seus integrantes a uma relação de fanatismo e, com isso de intolerância e violência. O pensamento por trás de tais ações é o de superioridade - mesmo que esta venha disfarçada por palavras de fraternidade e boas relações humanas.

É claro que a maneira como cada membro de uma comunidade ou ideologia muda e há diversos fatores individuais. Não serão todos os torcedores de futebol fanáticos e dispostos à violência, mas é visível que há essa tendência e disposição nas torcidas organizadas. O fenômeno da massa que tende a pensar de forma homogênea e acaba se nivelando 'por baixo' é algo já bastante discutido na Sociologia e parece se comprovar em diversos exemplos.

Se você percebe que a auto-crítica não é bem vista dentro de um grupo que frequenta, e que tem dificuldade de expressar sua individualidade, se constata que está dedicando parte exagerada de seu tempo e dinheiro a esse grupo, se este passa a afetar as relações que você tem fora dele e o isola do resto do mundo; fique ligado! Quanto mais tempo permanecer conectado a essa egrégora, mais difícil será de sair de dentro dela, pois seu vínculo emocional ficará cada vez mais forte e, com o tempo, lhe parecerá que esta faz parte da estruturação básica da sua vida.

Penso que em todos nós há um lado carente e desesperado por encontrar sentido e certeza na vida. Uma parte de nós clama por acolhimento e sensação de pertencimento. É importante estar consciente disto para saber o que se pede em troca de tal segurança e se estamos dispostos a pagar tal preço.

Ao meu ver tal sensação é sempre falsa e seu preço - a liberdade - alto demais. Mas esta é a minha opinião.

Se isso que descrevi é fundamentalismo? Sinceramente não sei. A palavra foi a que espontaneamente me veio e decidi mante-la, mas penso que 'a tendência ao fundamentos' de algo pode ser bem diferente do que o descrito. Sobre isso:
http://www.chamada.com.br/mensagens/fundamentalismo.html
http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/175865_FUNDAMENTALISTAS

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cogumelos recheados da Dri!

Receita maravilhosa, sofisticada, leve e muito rápida e fácil de fazer! Para que o milagre de todas essas características juntas aconteçam só mesmo a minha querida irmã-chef Adriana Calderoni, que nos brindou no dia dos pais com essa maravilha. Já fiz de novo ontem!

Ingredientes:
  • 12 cogumelos shitake grandes ou 16 médios
  • 200g de ricota fresca (a mais molhadinha que você encontrar)
  • 65g de parmesão ralado
  • 1 colher (sopa) de creme de ricota (se necessário)
  • raspas da casca de 1 limão taiti
  • azeite a gosto
  • sal a gosto
  • pimenta do reino a gosto
  • noz moscada para finalizar


Modo de preparo:

Lave bem os cogumelos e retire os cabinhos. Coloque em uma travessa untada com azeite com o lado que tinha o cabinho para cima.

Em uma tigela misture a ricota, 50g do parmesão e as raspas de limão. Acrescente um pouco de azeite, o sal e a pimenta. Se a ricota for muito seca e esfarelenta será necessário colocar o creme de ricota para dar liga. Prove e se necessário coloque mais azeite, sal ou pimenta.

Recheie os cogumelos com o creme e leve ao forno à 200 graus até gratinar (quando eu fiz, demorou 35 minutos).

Na hora de servir rale a noz moscada sobre os cogumelos e acrescente um pouco de parmesão e um fio de azeite em cada um. Fica perfeito acompanhado de uma salada de rúcula. Serve 4 pessoas.

Bom apetite!



terça-feira, 14 de agosto de 2012

SwáSthya na USP aumentando turmas!

É muito feliz que informo a todos a abertura de uma nova turma de Swásthya Yôga no prédio das Ciências Sociais, dentro da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) na Universidade de São Paulo.

As aulas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo continuam ocorrendo normalmente. Assim, é adicionada mais uma opção de horário e local para o público uspiano!

Horários:
  • Yôga FAU: quartas e sextas, 12h15
  • Yôga Sociais: terças e quintas,12h
As aulas na FFLCH terão início nessa próxima quinta-feira, 16 de agosto. Se você não conhece o trabalho, está convidado(a) para uma aula experimental. Venha com uma roupa confortável e um colchonete, Yôga mat ou uma toalha e aproveite!

Para inscrições mais informações ligue para (11)99728-4666 ou mande um e-mail para julia.calderoni@gmail.com.

domingo, 12 de agosto de 2012

Sopa de ervilha da Geni

Essa sopa é aquela coisa quentinha, rápida e muito fácil de fazer que em alguns momentos é tudo que precisamos nesse mundo. Outra receita que eu nem tinha pensado em colocar aqui, por ser demasiadamente simples, mas a pedidos (muitos!) da minha querida amiga Carol Sapienza, lá vai!

Ingredientes:

  • 1 cebola pequena picada
  • 2 colheres (sopa) de azeite
  • Cominho em grãos
  • Folhas de louro (opcional)
  • 1 xícara de ervilha seca partida
  • 3 xícaras de água
  • Pimenta preta à gosto
  • Sal à gosto
  • Fio de azeite para finalizar
  • Parmesão ralado (opcional)

Modo de Preparo:

  1. Deixe a ervilha de molho em água bem quente por 30 minutos.
  2. Escorra a água e lave a ervilha. Coloque em uma panela de pressão ou comum com as 3 xícaras de água e leve ao fogo alto. Se estiver na pressão ficará no fogo apenas até ferver, deixando a panela tampada, mas fora do fogo por mais 5 minutos. Se for em panela normal, cozinhe por 20-30 minutos.
  3. Verifique como está a ervilha. Os grão devem estar bem macios, quase se desfazendo. Esquente então em outra panela o azeite e junte o cominho e o louro, deixando-os soltarem seu aroma. Acrescente então a cebola picada e deixe-a refogar até ficar dourada.
  4. Junte a ervilha ao refogado de cebola, abaixando o fogo. Mexa bem. Adicione a pimenta e o sal, sempre provando. Mantenha no fogo baixo, sempre mexendo por mais 5 minutos.
  5. A sopa está pronta. Se quiser, bata no liquidificador para virar um creme. Eu pessoalmente prefiro com os pedacinhos dos grãos macios.
  6. Sirva em um prato fundo ou cumbuca, com um fio de azeite e, se desejar, parmesão ralado. Fica perfeito se acompanhado de pão ou torrada. Rende cerca de 2 porções.
Bom apetite!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Introspecção - também é importante!

A escritora deste blog está passando por uma fase bastante introspectiva. Revendo conceitos, mudando paradigmas, fazendo um balanço da vida.

Não, não abandonarei o blog. Gosto muito deste canal de comunicação que se estabeleceu. Mas talvez os posts sejam por um tempo mais escassos... adoraria que quem me acompanha me pedisse posts.

Em alguns momentos na vida precisamos parar para reavaliar nossa caminhada. Para onde ela está nos levando. Faz parte do processo de auto-conhecimento. No Hinduísmo a figura de Shiva Shankara representa bem isso: aquele que, olhando de longe, transcendeu a dualidade da existência - o Universo de Maya. E do alto do Monte Kailash pode olhar a sociedade como quem está de fora. A figura do Eremita.

Platão fala algo parecido sobre o artista: aquele que anda à margem da sociedade e, por não estar totalmente inserido nela pode ter um olhar crítico e através da sua arte revelar as mazelas que adoecem essa sociedade.

É isso. Tem um vídeo-poesia que fiz para o curso de Pedagogia da USP que fala sobre essa caminhada; tentei nas últimas semanas postar aqui mas por algum motivo o blogger não aceitou. Vou resolver e espero poder compartilhar em breve.

Coloco para terminar o link para um texto que provavelmente muitos conhecem, acabou ficando popular na internet, mas que não deixa de ser profundamente pertinente. Fala sobre se acomodar. Sobre se acostumar com tudo o que não se deve acostumar.. parabéns pelas palavras sempre inspiradoras, Marina Colasanti!

Um abraço a todos e espero (sempre!) comentários para podermos trocar.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Panquecas de palmito com molho ao sugo

Essa receita é muito, muito fácil! Nem tinha pensado em colocar aqui por pensar ser trivial, mas decidi atender a pedidos. a única coisa que demora um pouco mais é o molho, que mesmo assim é moleza.

Ingredientes:

Massa:

  • 1copo de leite
  • 1 ovo
  • 1 copo de farinha
  • 1 colher (sopa) de óleo
  • 1 pitada de sal
Recheio:
  • 1  cebola média picada
  • 300g de palmito picado
  • 1 fio de azeite
  • 100g de mussarela ou minas padrão picado ou ralado
  • 2 colheres (sopa) bem cheias de requeijão
  • ervas finas a gosto
  • sal, se precisar.
Molho:
  • 4 dentes de alho fatiados finamente
  • 1 lata de tomates pelados
  • 1 fio de azeite
  • pimenta do reino a gosto
  • sal a gosto
  • 1 punhado de folhas de manjericão - de preferência fresco

  • Parmesão ralado para finalizar.

Modo de preparo:

Massa: Bata todos os ingredientes no liquidificador. Aqueça uma frigideira com um fio de óleo, despeje um pouco de massa e faça movimentos circulares com a frigideira para a massa se espalhar formando uma panqueca. Deixe a massa assar, desprendendo as bordas com uma espátula quando estiver seca. Vire a massa e deixe-a dourando por mais 2-3 minutos. Retire a massa da frigideira, reservando-a e repita a operação até a massa acabar. Reserve.

Recheio: Aqueça o fio de azeite em uma panela pequena ou média. Junte a cebola picada e deixe dourar, mexendo para não queimar. Acrescente o palmito, as ervas finas e o queijo, mexendo sempre por 2 minutos. Adicione então o requeijão, deixando-o derreter e formar um creme. Normalmente não precisa de sal se o palmito for em conserva. Reserve.

Molho: Em uma panela média-grande aqueça o azeite. Junte o alho, deixando-o dourar levemente. Adicione então o tomate pelado, junto com o suco de tomates que vem na lata; a pimenta e o manjericão. Deixe cozinhar em fogo alto com a panela tampada por 5 minutos. Veja se ficou muito seco e se necessário acrescente um pouco d'água. Com a panela ainda no fogo amasse os tomates pelados com uma colher de pau na borda da panela até que fiquem em pequenos pedaços. Acerte o sal e deixe o molho depurar com a panela tampada por mais 3 minutos - se estiver seco, coloque mais 1/2 copo d'água.

Montagem: Coloque o recheio próximo à uma das bordas da massa e enrole. para um disco médio use 1 colher (sopa) bem cheia de recheio. Arrume as panquecas em um refratário e cubra-as com o molho de tomates. Salpique parmesão ralado e na hora de servir leve ao forno para aquecer.

Existem muitas versões da massa, com pequenas variações. Para panquecas doces não coloque sal e pode acrescentar canela ou baunilha na massa. Esse é um recheio fácil e gostoso. Invente aquele que você quiser e...

Bom apetite!


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Íshwara Pranidhána

Depois de quase dois meses em jejum, volto a publicar!

Aviso a todos os leitores que este blog continua ativo. Tive uma sério de imprevistos nos últimos tempos que fizeram com que eu não conseguisse manter o mesmo ritmo de antes. Agora estou de volta!

O mês de maio foi dedicado ao niyama Íshwara Pranidhána e posso dizer que efetivamente o vivenciei. Este preceito ético, que literalmente significa "aos pés de deus" (deus com 'd' minúsculo, pois trata-se de Íshwara, divindade familiar, o que seria próximo do santo para o catolicismo), pode ser compreendido através de alguns dizeres populares como "o que não tem remédio, remediado está", ou "joga pra D'us", entre outros.

Para as situações da vida que fogem ao nosso controle, adotamos o que no SwáSthya Yôga foi traduzido com auto-entrega: se você já fez tudo o que podia perante a um problema, relaxe. Entregue-se. De que adianta criar uma gastrite nervosa com o trânsito se você não pode passar por cima dos carros?

É claro que Íshwara Pranidhána não deve servir de pretexto para a falta de dedicação ou comprometimento na vida. Mas nessa roda viva em que viemos, cheia de pressa, cobrança, e infartos pode salvar vidas!

Depois de passar por esse tipo de situação irremediável voltei. E quero fazer do mês de junho também o mês deste fantástico niyama. Convido a todos a pensarem sobre ele e o exercitarem comigo. Gostaria muito de ter feed-backs sobre as dúvidas e experiências nos comentários.

Com certeza, falta muita entrega nesse mundo!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Feijão branco com tomate e ervas (Moinho de Pedra)

Essa receita é uma das muitas contidas no livro cozinha natural gourmet, da chef Tatiana Cardoso, que dirige o restaurante Moinho de Pedra em São Paulo. Não costumo colocar aqui receitas de livros (afinal é só olhar neles), mas essa jóia vale a pena divulgar: o conceito desse restaurante é a união de alta gastronomia com boa alimentação, fazendo um convite aos sentidos a cada prato e mostrando que a alimentação sem carnes não se restringe ao natureba estereotipado. Fica a dica!

Ingredientes:
  • 1 1/4 de xícara  de feijão branco
  • 4 xícaras de caldo de legumes (de preferência caseiro*)
  • 2 colheres (sopa) de azeite extra-virgem
  • 1 colher (chá) de alho picado
  • 1 colher (sopa) de folhas de manjericão
  • 1 colher (sopa) de folhas de alecrim picadas
  • 1 colher (sopa) de cebolinha (parte verde) picada
  • 1 colher (chá) de sal marinho (se não houver sal no caldo)
  • 2 tomates, sem pele** e sem semente, cortados em 8 gomos
  • 1 colher (sopa) de folhas de salsinha picadas
Modo de preparo:
  1. Deixe o feijão de molho por uma noite ou então em água quente por 2 horas. Escorra.
  2. Coloque o feijão com o caldo de legumes em uma panela de pressão. Feche e leve ao fogo. Quando começar a apitar abaixe o fogo e cozinhe por 10 minutos (15 minutos se tiver deixado só 2h de molho). Retire a pressão e abra a panela.
  3. Em uma frigideira grande ou uma wok, junte metade do azeite, o alho, as ervas com exceção da salsinha e o sal (se não tiver no caldo). Salteie por 1 minutos. Adicione o tomate e cozinhe em fogo médio com a panela tampada por 5 minutos ou até o tomate se desmanchar.
  4. Junte o feijão e o caldo à mistura e cozinhe por mais 10 minutos.
  5. Quando estiver pronto acrescente a salsinha e o resto do azeite.
Rende 6 porções. Vai bem com arroz e legumes, farofa ou batata palha. Um prato leve, nutritivo e muito saboroso.

* Para fazer caldo de legumes caseiro é muito simples: ferva em 2 litros de água filtrada 3 xícaras de talos e pedaços de hortaliças com os temperos e ervas de sua preferência por 30 minutos. Coe. Rende 1 litro e pode ser congelado (use os talos e folhas que geralmente você joga fora).
** Para tirar a pele do tomate faça um pequeno corte em X na parte de baixo da fruta já lavada e coloque-o por 1 minuto em uma panela com água fervendo. Retire com um garfo. A pele sairá facilmente, sendo puxada a partir do X.

Bom apetite!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Veta, Dilma!


Para quem não sabe, o Novo Código Florestal - que mas adequadamente deveria ser chamado Código Ruralista - foi aprovado na Câmara e no Senado. Agora só resta passar pela nossa cara presidenta.

Se você quer saber mais e apoiar a campanha à favor das nossas florestas, conheça o Floresta faz a diferença.


Podemos sim fazer a diferença no futuro das próximas gerações com as nossas ações!


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mini-hamburguer de cenoura, ricota e quinoa

Tudo começou com a tentativa de fazer um pão de cenoura com queijo que não cresceu. Uma amiga veio em casa e comentou: 'adorei o hamburguinhos!' Fiquei com a idéia de fazer um hambúrguer de cenoura na cabeça, e na procura de receitas, achei uma interessante no blog da Daniella Cravo & Canela, com ricota e aveia. Como teria uma pessoa que não pode consumir glúten para almoçar, substituí a aveia por quinoa, e, após algumas poucas alterações saiu a receita da Juju, aprovada por um público bastante exigente!

Ingredientes:
  • 1 cenoura média ralada no ralador fino
  • 200g de ricota fresca amassada
  • 1/2 cebola ralada
  • 2 dentes de alho amassados
  • 1 colher (sobremesa) de azeite
  • 1 clara de ovo
  • Farinha de quinoa (ou de trigo) para dar o ponto
  • Ervas finas à gosto
  • Cebolinha fresca picada à gosto
  • Sal à gosto
  • Pimenta do reino à gosto
  • Quinoa em flocos para empanar
Modo de preparo:

Em um recipiente grande misture todos os ingredientes com exceção da farinha e da quinoa em flocos. A receita original não levava farinha e ficou muito mole, quase impossível de formar os hambúrgueres sem desmontá-los. 

Quando todos os outros ingredientes estiverem bem misturados veja se com uma colher de sopa consegue forma-los. Se não, vá adicionando a farinha (ou de quinoa ou de trigo) aos poucos até que a massa fique com mais liga. 

Forme então os mini-hambúrgueres (pegue a quantidade de uma colher de sopa cheia, coloque o conteúdo sobre o prato com a quinoa em flocos e amasse-o levemente para ficar achatado), empanando-os com a quinoa em flocos.

Aqueça bem uma frigideira anti-aderente com um fio de azeite e grelhe os mini-hambúrgueres de ambos os lados. Sirva imediatamente.

Uma receita rende cerca de 12 unidades, dependendo do tamanho de cada um. Fica delicioso no Cheeseburguer, acompanhando salada ou mesmo arroz, legumes e o que você quiser. Receita leve, saudável e deliciosa. Obrigada, Daniella!

Bom apetite!

sábado, 14 de abril de 2012

Enfim o mês do auto-estudo

Esse é o niyama que mais admiro e que considero que está na base de todo o código de ética yôgin. Swádhyáya é olhar para dentro de si e perceber os mecanismos físicos, emocionais e mentais que fazem você ser quem é. É a observância constante de todas as atitudes que tomamos.

Podemos trabalhar auto-estudo fazendo qualquer coisa, em qualquer lugar: no trabalho, nos estudos, com a família, amigos, lendo um livro, na prática de Yôga ou de qualquer outra atividade. Para mim é como se pudéssemos nos olhar de longe e, assim, nos enxergar por uma nova perspectiva.

No ocidente o auto-estudo é bastante relacionado às práticas de terapia e psicanálise. São possibilidades interessantes, que podem ajudar, bastante, muitas pessoas a se entenderem melhor. Cabe, porém, pontuar que é uma perspectiva teórica, não-vivencial que se obtém deste processo (faço exceção à prática da bio-energética, de Wilhelm Reich, que é bastante vivencial e integra o corpo em seu trabalho). Não se precisa deitar em um divã para se poder perceber melhor, e este auto-estudo não é necessariamente só no âmbito racional. Na prática do Yôga, juntamente com outras filosofias orientais, utiliza-se da vivência que integra corpo, emoção e intuição para o auto-conhecimento. O resultado é muito diferente e posso dizer com propriedade, pois fiz análise por muitos anos: há uma apropriação das auto-percepções muito maior quando estas são vivenciadas na prática.

Outros caminhos que possuem grande potencial em gerar auto-estudo: viajar para lugares desconhecidos, de preferência sozinho; fazer e assistir teatro, pintar e ir a exposições, ouvir e fazer música; fazer trilhas em meio a bosques, florestas e cachoeiras; escrever poesia.

Estes são apenas alguns que dão muito certo para mim. Faz parte de swádhyáya que cada um observe qual é o caminho de auto-conhecimento para si. Aguardo relatos de experiências e comentários!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Creme de milho com abóbora e gengibre

Essa foi daquelas receitas que surgem no calor do momento. Tinha os ingredientes, arrisquei... e adorei o resultado! Inspirado no Creme de Milho Verde da Ro de Castro, com vários toques pessoais.

Ingredientes:
  • Milho de 2 espigas médias, já debulhado
  • 500ml de leite
  • 1 colher (sobremesa) de manteiga
  • 1 cebola média picada finamente
  • 50g de gengibre fresco descascado e picado finamente
  • 350g de abóbora japonesa em cubos
  • 500ml de caldo de legumes (de preferência caseiro)
  • Cebolete picada finamente a gosto (ou a parte verde da cebolinha) 
  • Noz moscada a gosto
  • Requeijão e/ou parmesão ralado para finalizar
Modo de preparo:

Primeiro coloque a abóbora para cozinhar no caldo de legumes. É bem gostoso se você tiver caldo caseiro (é só deixar os talos de legumes que são normalmente jogados fora ferverem com água, um pouco de sal e especiarias, além de alho, cebola e mais o que você quiser. Use 1 litro de água para cada xícara de hortaliças e deixe ferver por 30min, coando). Deixe-a em fogo alto, com a panela tampada por uns 40 minutos, ou até a abóbora começar a desfazer.

Enquanto isso, bata os grãos de milho com metade do leite no liquidificador. Coe e bata o bagaço que sobrou com o resto do leite. Coe e esprema bem o bagaço* para que saia todo o suco.

Agora é hora de juntar tudo: em uma panela funda aqueça a manteiga e refogue a cebola juntamente com o gengibre até dourar. Acrescente o 'suco' de milho e a abóbora cozida com o caldo que tiver sobrado. Amasse a  abóbora com a colher até virar um creme. Mexa sempre. Quando a mistura ferver abaixe o fogo e continue mexendo para não grudar no fundo da panela. Acrescente a cebolete (se não tiver, cebolinha) e a noz moscada ralada. Deixe engrossar, ainda mexendo, por cerca de 15-20 minutos, ou até estar espesso ao seu gosto. Desligue o fogo.

Sirva em cumbucas ou pratos fundos com uma colher (sobremesa) de requeijão sobre o caldo e/ou parmesão ralado à gosto. Eu particularmente gosto de colocar os dois.

Rende 3 porções generosas, ótimas para aquecer uma noite mais fria. Para quem gosta de um paladar picante, pode aumentar a quantidade de gengibre, que dá o toque especial nessa sopa.


Bom apetite!

*Algumas receitas para aproveitar o bagaço do milho que sobrou:
Pão de centeio e milho verde (para quem tem máquina de pão)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Aula no Parque Vila Lobos!


Na semana santa farei uma aula especial de 2h de duração no Parque Vila Lobos. Aberta a todos os alunos, ex-alunos, amigos e interessados em conhecer a prática do SwáSthya Yôga, essa é uma possibilidade de passar o final da manhã de forma diferente.

Dia: Quarta - 4 de abril
Horário: das 11h às 13h
Local: Parque Vila Lobos (encontro no portão principal às 10h50)

Traga seu EVA, canga ou toalha, uma roupa confortável e seus amigos para curtir uma prática no meio da natureza e conviver conosco! Para maiores informações comente esse post, mande um e-mail para julia.calderoni@gmail.com ou ligue para (11) 9728-4666.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Mudando nos conhecemos melhor!

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Raul Seixas

Como venho colocando nos posts ao longo do mês, a auto-superação só faz sentido se conectada ao auto-conhecimento. É porém importante frisar que não é necessário ter um elevado auto-conhecimento para poder praticar esse niyama. Aliás, esse caminho sempre estamos trilhando e aperfeiçoando, e a auto-superação pode ser uma ferramenta não somente para aumentar potencialidades e vencer obstáculos internos, mas para que nos conheçamos ainda melhor.

Proponho, para fechar esse mês de tapas, um pequeno desafio aos leitores:
  • Faça um brainstorm de todas as características da sua personalidade, escrevendo-as em um papel.
  • Defina duas ou três que você considera marcantes. Exemplo: desorganizado, vaidoso e chega sempre atrasado.
  • Experimente mudar radicalmente o seu padrão de ação referente a essas características por uma semana. Para isso defina estratégias que lhe possibilitem essa mudança. Exemplo: irá estabelecer horários para arrumar sua casa/carro/escritório e não desorganiza-los; colocará o despertador para tocar mais cedo; deixar a roupar separada na noite anterior; mudar a maneira de se arrumar e vestir e etc.
  • A ideia é nesse primeiro momento exagerar mesmo mudar para o oposto do seu paradigma. Depois de uma semana avalie o que você percebeu, como se sentiu e a reação das pessoas ao redor. Esse é o momento para encontrar um equilíbrio na conduta, definindo um novo ponto de conforto.
Esse exercício  de tapas nos ajuda a perceber melhor o que está por trás da nossa imagem superficial que é percebida tando pelos outros quanto por nós mesmos. Podemos identificar melhor as reais dificuldades que temos e as características que na verdade são apenas um ponto de acomodação. Muitas vezes é mais fácil mudar do que imaginamos!

sábado, 24 de março de 2012

Saindo da inércia

Estava refletindo sobre o sutra de Pátañjali "Sthira sukham ásanam” (A posição física deve ser firme e confortável) II-46, e me veio à mente a questão da acomodação. Uma tendência forte no ser humano é a de se ajustar aos contextos e situações, não importa quais essas sejam, para se afinar com as egrégoras do qual faz parte. Podem ser por vezes feitas inclusive escolhas ´incômodas´ do ponto de vista pessoal, mas que para aquele grupo fazem todo o sentido e o indivíduo muitas vezes sequer percebe o próprio desconforto.

Para um real trabalho de tapas é necessário sair da zona de conforto, auto-percepção e autenticidade. Assim como as pessoas em geral se acostumam a ter má postura física e, ao apenas sentarem com a coluna reta sentem dor, uma mudança de paradigma - que sempre é uma auto-superação - gera inicialmente instabilidade e desconforto (exatamente o oposto do que disse o pai do Yôga clássico) para que em um segundo momento haja uma reacomodação. Isso dá trabalho, pois todos tendemos à inércia.
  • Terminar um relacionamento que já não tinha mais sentido
  • Mudar de trabalho
  • Vencer a timidez e convidar aquela pessoa para jantar
  • Fazer sua prática (seja de Yôga ou outra atividade) com constância
  • Não se reprimir
  • Vencer o medo e se colocar quando há algo errado em uma situação/grupo/lugar
  • Mudar a alimentação para aquela que se percebe como melhor
  • Sanar vícios (álcool, cigarro, açúcar, ciúmes, agressividade e etc.)
  • Alterar o que se considera errado na própria conduta
Esses são apenas alguns exemplos de auto-superação. Para estes e quaisquer outros é necessária determinação. Depois de superado o obstáculo, o resultado inevitável é o bem-estar, mas para se chegar lá é preciso se vencer a preguiça e agir. Quem quiser aqui relatar sua experiência é meu convidado!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Lasanha de berinjela grelhada

Existem muitas versões de lasanha de berinjela, essa é a minha. A combinação faz com que fique ao mesmo tempo saborosa e leve, o que nem sempre acontece se tratando de berinjela. O requeijão é mais calórico mas faz toda a diferença na textura e sabor.


Ingredientes:

  • 3 berinjelas médias cortadas em fatias finas no sentido longitudinal
  • 2 latas de tomates pelados cotados em pedaços médios
  • 1 cebola grande picada
  • 100g de azeitonas verdes picadas (opcional)
  • 300g de muzzarella fatiada
  • 3 colheres (sopa) de requeijão
  • Parmesão ralado para gratinar
  • Óleo para refogar
  • Azeite de oliva
  • Sal
  • Pimenta do reino (opcional)
  • 4 fios de açafrão espanhol  (opcional)
  • Garam masala à gosto (pode ser substituído por pimenta síria ou mesmo um bom curry)
  • Chilli mexicano à gosto (pode ser substituído por Páprica Picante ou outra pimenta)
  • Ervas finas ou orégano ou ervas de provence


Modo de Preparo:

  • Molho
Em uma panela média refogue a cebola no óleo, deixando-a dourar. Acrescente o chilli e a garam masala  (ou substitutos) misturando na cebola. Adicione o tomate pelado e o suco de tomates (que vem junto na lata), mexendo bem. Junte as azeitonas, o açafrão e as ervas e deixe o molho depurar com a panela tampada em fogo médio por 5 minutos. Se estiver muito seco  acrescente um pouco d'água. Reserve.
  • Massa
Aqueça bem uma frigideira anti-aderente ou chapa com um fio de azeite. Coloque a quantidade que couber  de fatias de berinjela para grelhar, adicionando um pouco de sal e pimenta do reino - utilizo normalmente o sal marinho. Quando as fatias estiverem bem quentes, vire-as com o auxílio de uma espátula para grelharem do outro lado. Repita o procedimento até ter grelhado todas as fatias.
  • Montagem
Em um refratário grande cubra o fundo com uma camada de fatias de berinjela. Sobre a berinjela espalhe uma camada do molho de tomate e sobre o tomate uma camada de muzzarella. Repita as camadas até  completar o refratário ou acabarem os ingredientes. Por cima de tudo espalhe o requeijão e por cima deste salpique o parmesão ralado (utilizei no lugar um queijo de ovelha espanhol e ficou ótimo).

Antes de gratinar...

Leve ao forno pré-aquecido a 200 graus por cerca de 20 minutos, ou até gratinar. Está pronto para servir.

Rende 6 porções bem grandes. Pode ser servido com arroz, legumes ou um purê de abóbora.

Bom apetite!

terça-feira, 20 de março de 2012

Razão e sensibilidade

Reproduzo aqui um texto de Ricardo de Marino, escrito para a Áudio & Vídeo Magazine - uma revista que trata de reprodução musical de ponta. Apesar de vindo de um contexto bastante específico é uma reflexão mais do que válida para todos sobre como a contemporaneidade lida com a estética, a arte e os espaços - físicos, emocionais e intelectuais.

Obrigada pelo partilhamento dessa bela peça, Ri!

RAZÃO E SENSIBILIDADE
 A nova iluminação do Parque do Ibirapuera, entregue no ano passado, foi alardeada com argumentos pra lá de convincentes. Quase mil novos postes de 5 m de altura e lâmpadas LED passaram a iluminar as alamedas internas e a pista de cooper com aumento de 350% na potência de iluminação e redução de 20% no consumo final. O projeto, quando observado durante o dia, transmite modernidade e passa uma antecipada sensação de cuidado e segurança pela elegância das luminárias e proximidade entre cada ponto de iluminação. A total eliminação de fiação suspensa traz um inquestionável alívio visual e valoriza o entorno.
Os principais objetivos buscados pelos projetistas e engenheiros se fazem claros: iluminação potente, uniforme e sem interferência das árvores próximas (ao contrário dos postes anteriores que eram mais altos) para gerar uma sensação de segurança no visitante noturno.
 Parecia tudo de bom até que, no início do feriado de Carnaval, fui correr no parque às 22h30. O número de frequentadores era próximo ao ideal, nem de mais nem de menos. Não tive dificuldades para chegar ou estacionar. A temperatura estava excelente e prevalecia um ar de agradável tranquilidade. Meu único incômodo foi causado, justamente, pela iluminação.
As alamedas estavam claras além do necessário, iluminadas em excesso. Sob holofotes, o asfalto foi colocado em primeiro plano em detrimento das áreas verdes adjacentes, muito menos iluminadas. Este contraste exagerado dissolveu a unidade do parque, vetando ao visitante uma maior sensação de integração com a natureza do local. Era desconfortável manter o olhar no horizonte, pois, a 5 m de altura, as luminárias ficavam dentro do campo de visão e a ofuscavam projetando sua luz esbranquiçada diretamente nos olhos.
Abaixei a vista somente para me dar conta da falta que faziam as sombras antes projetadas através dos galhos mais baixos pela antiga iluminação: a paisagem empobrecera. Sem tais contornos e figuras, o caminho asfaltado se tornou indesejavelmente monótono. O mesmo ocorreu na pista de cooper, uma das áreas que considero mais bonitas do parque: uma superiluminação dos caminhos e o entorno relegado à absoluta escuridão. Justamente ali os canteiros formados pelo vai e vem das trilhas possuem vegetação de formas variadas e interessantes, com árvores de grande porte e vegetação rasteira diversificada. Absolutamente nada foi feito para valorizá-las.
Ao custo de 11 milhões de reais, o projeto que poderia ter tornado mais agradável, lúdica e ‘criativa’ a experiência de frequentar um dos únicos parques públicos que fica aberto à noite fez exatamente o oposto. Mais seguro? Talvez. Mas, certamente, menos romântico e belo.
O que devemos enxergar por trás disso? Eu vejo a afirmação de uma estética que nos diz que o homogêneo e o controlado é que são belos; que mais é melhor; que a sensibilidade não é um caminho válido para aquilo que fazemos e construímos.
Esta estética opressora vem se alastrando mais e mais em nossas vidas. Já se tornou o padrão das gravações fonográficas contemporâneas, onde a desmedida compressão dinâmica, o excesso de edição, a afinação por algoritmos matemáticos e a ausência de perspectiva (tudo é captado em campo próximo, um músico de cada vez) tiram de cena aquilo que já havia sido alcançado décadas atrás e possuía indiscutível beleza. O fato é que há cada vez menos arte em nossas vidas e se não tomarmos cuidado, acabaremos internalizando em nos mesmos este retrocesso.
Um sistema de som de qualidade deve ser uma porta de entrada à arte em nossas vidas. Mas vejo muitos fazendo com seus sistemas o mesmo que foi feito com o Ibirapuera: jogando luz demais no que não é o mais importante e se esquecendo do conjunto, do equilíbrio, da simplicidade. Equipamentos caros não são garantia de boa música; e menos, muitas vezes, vale mais.
Sinto-me uma pessoa privilegiada por poder, a qualquer momento, escolher e tocar uma obra que expresse meus sentimentos, confira sentido existencial às minhas indagações, aplaque minha náusea, aprimore minha sensibilidade, me faça sentir conectado a outro ser humano, expanda minha consciência, me traga novos conhecimentos e potencialize minha felicidade. Vivenciar o belo também nos torna mais conscientes e menos indiferentes àquilo que não o é. Para mim é impossível pensar em música sem considerar tudo isso.

quinta-feira, 15 de março de 2012

É possível ser mais

Esse é o tema do mês: tapas. Um niyama que agrada a todos, mas muitas vezes é compreendido de forma rasa.

Auto-superação está em todo o movimento de mudança. Quebrar paradigmas, romper com condicionamentos que todos temos é um baita exercício de superar dificuldades por vezes muito maiores do que escalar montanhas ou ficar sem comer.

Para aplicar tapas, primeiro é necessário se auto-conhecer. Perceber quem somos de verdade é tarefa para a vida inteira. A partir disso podemos ver o que nos agrada e o que nem tanto, o que é difícil de admitir, mas sabemos que faz parte de nossa personalidade/conduta/hábitos... e mudar. Para melhor, na perspectiva pessoal individual.

Superar os medos, traumas paralisias. Se dar uma chance de ser algo a mais do que já se é - ou talvez de vivenciar quem se é realmente e está escondido. Um ato de coragem.

Para mim isso é tapas de verdade - para além de exercícios de perseverança como permanecer imóvel em uma posição difícil, ou ficar minutos sem respirar. Se isso possuir um propósito real, maravilha. Mas muitas vezes vejo atos vazios, que não levam realmente a lugar nenhum.

Então é essa a pergunta que faço a todos nesse mês: o que você considera auto-superação? O que você quer superar em si mesmo? Por mais que inicialmente possa parecer muito difícil começar, depois que o fazemos é delicioso! 

terça-feira, 13 de março de 2012

Torta integral de liquidificador

Na minha saga "aprendendo a fazer tortas" não podia deixar de faltar a tradicional torta de liquidificador. Olhei muitas receitas e acabei fazendo a versão da Jujú, que por sinal, apesar de 100% integral, ficou incrivelmente leve e saborosa. Essa é para tirar o preconceito de quem acha que saudável não pode ser delicioso!

Ingredientes:

Massa
  • 2 ovos (uso sempre o caipira orgânico)
  • 1 copo americano (300ml) de leite
  • 1/2 xícara de óleo ou azeite
  • 2 colheres (sopa) de parmesão ralado
  • 2 colheres (sopa) de ricota defumada ralada
  • 1/2 cebola picada
  • 1 1/2 xícara de farinha de trigo integral
  • 1 colher (chá) de sal
  • 2 colheres (chá) de fermento em pó
  • sementes de gergelim (para decorar)
Recheio (sugestão)
  • 250g de palmito picado
  • 20 tomates cereja
  • 60g de azeitonas verdes picadas
  • 1/2 cebola
  • 1/2 colher (sopa) de manteiga
  • 2 colheres (sobremesa) de requeijão
  • orégano a gosto
  • pimenta a gosto
  • 1 abobrinha italiana grande picada
  • 4 dentes de alho picados
  • 1 fio de azeite
  • chimichuri mexicano a gosto
  • sal (se precisar)
Modo de preparo:

Primeiro faça o recheio: em uma panela funda derreta a manteiga. Quando estiver líquida junte a cebola,  mexendo até dourar levemente. Abaixe o fogo, corte 10 dos tomatinhos em 4 e refogue-os com a cebola, mexendo bem. Adicione a azeitona picada, mexendo mais uns 2 minutos. Junte então o palmito picado, o orégano e a pimenta - pode ser a do reino, lemon pepper, calabresa ou a que você preferir. Aumente o fogo, misture tudo bem por mais 3 minutos e adicione o requeijão, deixando-o derreter e se incorporar ao refogado homogeneamente. Desligue o fogo e reserve.
Em outra panela aqueça o fio de azeite e refogue o alho picado. Quando estiver dourado adicione a abobrinha picada, um mínimo de sal e o chimichuri. Mexa bem e veja se a abobrinha solta água. Se não soltar adicione uns 30ml, tampando a panela e deixando cozinhas em fogo alto por 3-4 minutos. Quando a abobrinha estiver macia desligue o fogo.

Enquanto o recheio está esfriando faça a massa: coloque no liquidificador nessa ordem: ovo, leite, óleo (ou azeite), cebola, queijos, farinha e sal. Bata tudo até formar uma massa homogênea na consistência consistência de um mingau grosso. Se estiver seco demais adicione mais um pouquinho de leite. Quando a massa estiver bem batida junte o fermento e bata mais um pouquinho (as receitas falam para bater o fermento delicadamente. Eu bati no modo 'pulsar'do liquidificador).

Ligue o forno e deixe-o pré-aquecendo. Unte e enfarinhe uma assadeira ou refratário médio. Despeje metade da massa e nivele-a bem com a ajuda de uma colher. Sobre a massa coloque o refogado de palmito, espalhado-o para que ele cubra toda a massa. Sobre o palmito espalhe a abobrinha refogada. Cubra tudo com o resto da massa, deixando-a também bem nivelada. Corte o resto dos tomatinhos na metade encaixe-os sobre a massa com a parte cortada voltada para baixo. Salpique por cima de tudo o gergelim e leve para assar a 200 graus por cerca de 45 minutos. Para ver se está no ponto espete um palito de dente no meio da torta - se sair seco a torta está assada!

Espere esfriar um pouco antes de cortá-la, senão a torta desmonta. Pode ser colocado o que você quiser no recheio, essa é apenas uma sugestão. Outras são: mussarela com tomate e manjericão; espinafre com ricota; legumes variados; cogumelos e mais o que você puder invetar. Use sua criatividade!

Rende 8 porções bem generosas e vai bem com salada, acompanhando o arroz com feijão ou ainda como lanche da tarde, servida fria.

Bom apetite!