quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A felicidade está dentro ou fora de nós?

É bastante clichê dizer que ser feliz é uma decisão, uma escolha. Com facilidade podemos cair em um complexo de Poliana, olhando o mundo através de uma lente cor-de-rosa e nos alienando dos problemas e obstáculos- que sim, sempre existem.

A questão que coloco nesse mês de santôsha vai além dos esteriótipos e do blá: é o Ser Humano realmente capaz de ser feliz com aquilo que tem? Escrevo isso e penso em um sem-número de insatisfeitos de plantão que conheço. Tantas pessoas que, visivelmente, só são miseráveis por que querem: muitas vezes possuem famílias estruturadas, empregos estáveis e amigos leais. Não importa; qualquer coisa que aconteça será motivo para tal pessoa amaldiçoar a vida e sentir-se infeliz – meu caro colega Ricardo Mallet fala muito bem sobre o assunto no curso A Fórmula da Felicidade, trabalhando o que nomeou da "síndrome da felicidade deslocada" - o descontentamento crônico de quem justamente teria todos os motivos para a bem-aventurança.

Em uma sociedade que estimula todos ao consumo compulsivo e à competitividade esse sintoma – que no contexto do hinduísmo é tido como inato à personalidade do indivíduo, independente das circunstâncias – se torna uma epidemia. Somos condicionados a sempre pensarmos que não temos o suficiente, que podemos ser mais bonitos e mais perfeitos.

Então coloco aqui a questão para que todos que lerem pensem e, se quiserem, me respondam: podemos extrair contentamento de nossas vidas assim como ela nos foi apresentada, ou somos seres insaciáveis, condenados a estarmos sempre com a sensação de que falta algo?

Olhar o mundo e a vida com as suas reais cores e nuances não é vê-los cor-de-rosa nem cinza. O colorido pode trazer inquietações – mas essas podem gerar felicidade, bem estar. Os problemas, ao serem encarados como desafios, são mote para agir e se aperfeiçoar cada vez mais. Isso para mim é santôsha!


Para terminar, uma música linda do 5 a seco sobre o tema:



2 comentários:

  1. Júlia querida. Saudades tuas. Primeiramente, agradeço pela referência ao meu trabalho. O curso (já extinto) chamava-se "A fórmula da Felicidade". No curso eu citava o que chamei de "síndrome da felicidade deslocada". Um beijo grande, sucesso e, claro, felicidade. Mallet

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    1. Olá Mallet, saudades mesmo!

      Esse curso foi bastante marcante. Uma pena que você não trabalha mais com ele; com certeza acrescentaria muito aos mais diversos públicos. Obrigada pela correção.

      um forte abraço, com carinho.

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