quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mundo do avesso

Nesse final de semana, ao retornar do Rio de Janeiro fui brindada com um 'overbook'. Eu estava no horário correto, paguei a passagem como os outros, mas perdi o direito de embarcar naquela aeronave, sendo transferida para um vôo meia hora mais tarde. Afortunadamente eu não estava com o horário apertado e não houve problema algum, mas o ocorrido me levou a refletir sobre esse mecanismo perverso de enganação e eficiência no qual nossa sociedade está baseada.

Quem é correto muitas vezes é visto como ingênuo ou trouxa. Precisa-se ganhar mais dinheiro, precisa-se tirar o máximo de vantagens de tudo, mesmo que para isso seja necessário desconsiderar outros seres humanos. Bem, de animais, nem se fale.

Lembrei de minha proposta e desafio neste blog com relação aos yamas e niyamas. Tenho certeza que para muitos que lêem os posts pode ficar uma sensação de irrealidade. De que é realmente um discurso muito bonito sobre ética e valores, mas impossível de ser colocado em prática.. pelo menos na sociedade atual. Está tudo invertido! Até quando seremos cartas fora do baralho?

Minha resposta para isso começa em um antigo slogan do meu Método: Mude o mundo: comece por você! A revolução começa de dentro para fora, e falar isso não é demagogia! Todos aqueles que conseguiram realizar grandes feitos e mudanças para melhor na história trabalharam com a tomada de consciência dos indivíduos. Fácil? Com certeza não. Impossível? É muito mais cômodo achar que sim...

Quando escrevo trazendo questões sobre ética à tona tenho plena consciência da dificuldade de se colocar propostas como não-mentir em prática em um mundo tão calcado na enganação. Insisto em levantar as lebres, pois esse é o início do caminho para gerar as mudanças que almejo.

Termino com o trecho da letra de uma música de meu querido pai, David Calderoni. Aquariano, filósofo, ele coloca bem algumas idéias que compartilho:

"Eu desejo sim mudar o mundo
não em separado mas conjunto
ninguém me suspende e eu estou alto
ébrio de tão sóbrio
sobro justo."

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