sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Autenticidade: em extinção?

Essa semana ouvi do professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Jaime Cordeiro: 'criatividade é para poucos. Não é preciso ser criativo para ser bem-sucedido'. Nessa mesma aula lemos um texto onde era debatida a importância de se ter jogo de cintura e capacidade de improvisação no ambiente profissional, sendo esse traquejo muitas vezes mais importante do que a própria habilidade técnica e conhecimento específico para aquele campo. Pois bem, e aí? Improvisar sem ser criativo?

No contexto de renovação informacional cada vez mais acelerado em que vivemos é evidente que precisamos sim ser flexíveis e sabermos lidar com o imprevisto. Ditadura da criatividade? Não acho que seja isso também. Mas há que se ter, certamente, inteligência emocional e agilidade. O que sinto falta não é necessariamente de pessoas criativas, mais de mais autenticidade.

Hoje nada se cria, tudo se copia. E a cultura vai ficando cada vez mais rasa, com um monte de gente que sabe um pouco de tudo, mas nada aprofundado. Conhecimento de Internet. E olha, com isso não estou condenando a Wikipédia; como outra professora da FEUSP, Kimi Tomizaki, disse hoje e assino embaixo, é uma boa ferramenta de democratização do conhecimento. Mas não se pode parar nela.

Não é por acaso que não copio nenhum texto, nenhuma receita nesse blog. Posso, claro, fazer uma citação, mas gerar conteúdo vazio, que pode ser conseguido facilmente e de maneira idêntica, pra quê? Para mim isso é desonestidade. O que escrevo aqui sou EU. E o que considero uma contribuição profícua para a vida de quem me lê.

Escrevo esse post encerrando a reflexão do yama do mês - satya e aproveitando para fazer esse desabafo. A maioria das pessoas veste uma imagem que não lhe cabe, estando sempre em um conflito entre o que é e o que parece. É claro que precisamos de proteções e não há como se viver sem uma pitada de malícia. Melhor dizendo: precisamos sim ter leitura de ambiente e ser você mesmo não significa enfiar suas opiniões na goela dos outros à força. Mas a maioria está posicionada do lado oposto: há muita insegurança, medo de não se ser aceito.

Nos colocarmos de maneira pertinente e sermos nós mesmos, estando por inteiro nas relações - sejam essas profissionais ou afetivas - é a única maneira de deixar uma real contribuição para a sociedade.

2 comentários:

  1. É isso aí, Ju! Autenticidade sempre, criatividade, quando possível. E sobre professores criativos, leia a Folhinha de hoje (nada como ter filhos em idade de ler a Folhinha para reparar nessas coisas).
    E, para terminar, que bom que pra fazer citações aqui não precisa seguir a ABNT....
    BOM FIM DE SEMANA !

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  2. Vou ler a Folhinha sim, obrigada pela dica, Vita. Apesar de criatividade não ser algo obrigatório, acho que ela ajuda tanto...

    Sobre a ABNT, que bom que não precisamos segui-la aqui, mas é sempre bom citar a fonte, né... coloquei o nome dos nossos queridos professores.

    Um abraço e bom descanso!

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