segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Vamos falar sobre ética?

Tal como as artes marciais, a imagem que a grande maioria das pessoas tem do Yôga é muito superficial e parcial: as técnicas são divulgadas e praticadas em academias de ginástica, clubes, programas de tv sobre qualidade de vida. Enquanto no karatê, kung fu e jiu-jitsu se olha apenas para a luta esquecendo-se de todo o intenso trabalho energético feito, no caso desta filosofia milenar indiana se olha para ásanas, pránáyámas, meditação. O que a maioria esquece - e nisso incluo muitos 'professores' de ioga que já conheci - é que Yôga é considerado um dárshana: uma lente pela qual se pode enxergar a realidade que foi incorporada à cultura hindú. Yôga é uma filosofia de vida, uma maneira de ser no mundo, e isso é muito mais amplo do que movimentos, respirações e concentração.

Um dos pilares de alicerce da prática são os yamas e niyamas: um código de ética amplo e muito interessante, que infelizmente é pouco conhecido pela maioria ocidental. Este é importantíssimo na Índia (conhecemos bem o exemplo de Mahátma Gandhi com ahimsá - o princípio da não agressão), e deveria ser obrigatório para aqueles que se propõem a investigar esta filosofia sériamente, e no mínimo divulgado melhor para os leigos. Afinal quem não deseja uma vida pautada pelo contentamento, a limpeza, a verdade e a superação de si mesmo? Que delícia seria viver em uma sociedade onde se tivesse por princípio aversão à violência de qualquer grau, e as pessoas pudessem olhar mais para dentro de si! Vou dissertar sobre estes e outros em posts próximos. 

Yôga além de transmutar o corpo, a mente e a emoção pode nos fazer melhores no relacionamento humano. Muitas vezes meus alunos me indagam se eu faço Yôga todos os dias. Respodo: faço sim, todos os segundos!

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